Oppa

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Min Yoongi

Me sentei no banco ao término do ensaio e os meninos se juntaram a mim, todos ofegantes e cansados.

- E então... - começou Namjoon ofegante. - Não vai mesmo nos contar Onde está morando?

Me levantei ignorando a pergunta e peguei uma garrafa de água em cima da mesa, abri ela e voltei para meu lugar no banco.

- Suga. - chamou Seokjin. - Deveria nos contar aonde está morando. - Ele me olhou com seriedade.

- Para que? Para vocês colarem lá como pulgas no dia seguinte? Olha, o lugar é solitário e tranquilo como eu e espero que continue assim. Se vocês forem lá, vão contaminar o lugar com a alegria de vocês. - bebi um gole de água.

- Hyung... deveria voltar a morar com a gente, estamos sentindo sua falta. - disse jungkook.

- Aposto que nem notaram diferença. - Me irritei por algum motivo e me levantei. Passei entre os meninos, batendo o ombro no do Taehyung. Peguei minha bolsa e saí da sala de ensaio.

Passei o resto do dia escutando música e tentando cômpor, mas nada saiu a não ser letras de alguém chateado e isso não é muito meu estilo. Quando a noite chegou, fiquei um pouco preocupado com a Kim Mi Young, ela não havia chegado ainda, deduzi que estava no trabalho, então liguei para ela.

- Oi.

- Oi... Yoongi? O que é? - ela perguntou.

- Como sabia que era eu, você tem meu número salvo?

- Não. A sua voz não é uma voz muito comum e mesmo que fosse, eu iria conseguir memoriza - lá, para que eu saiba de algo basta que eu leia, veja ou escute uma vez. Mas como você tem o meu número?

- É.... você é bem inteligente. Peguei seu número na geladeira, você também é bem atenciosa, deixou o número na porta caso algo acontecesse e eu precisasse ligar.

- Exatamente. Então, aconteceu alguma coisa?

- Não. Liguei para saber... - Não podia dizer que queria conhecer o trabalho dela. - liguei para saber se o lamem de onde você trabalha é realmente bom, como você me disse no jantar naquele dia.

- É. isso?

Ela realmente não entendeu a insinuação, tão inteligente, mas tão boba.

- Pode me dar o endereço para que eu confira por mim mesmo?

- Ah. Claro.

Ela me deu o endereço e eu fui para lá, o lugar era simples, mas eu tinha que admitir que tinha um ar meio especial. Fui de máscara e boné para que ninguém me reconhecesse. Entrei e avistei a Kim Mi no balcão, e juro que se eu soubesse o que ela iria dizer ao me ver, eu jamais teria entrado naquele restaurante.

Ela me viu, acenou e com o mesmo rosto sem expressão e indiferente ela disse alto:

- Olá, oppa!

As pessoas pararam de falar e começaram a nos olhar. O homem que trabalhava junto com ela começou a nos olhar boquiaberto. Eu me aproximei com rapidez do balcão aonde ela estava.

- Você ficou louca? - perguntei baixinho.

Ela se virou para o homem ao lado dela e depois para mim.

- Fiz algo de errado? - continuou com aquela cara sem expressão.

- Por acaso esse Senhor é seu namorado Kiminie? - perguntou o homem ao lado dela.

Kiminie? Isso é um apelido? Parece que alguém aqui tem amigos e amigos íntimos, não é? Aish e ela com essa cara de pessoa morta nem deixou suspeitas de que tinha alguém assim.

- Não! - respondi. - Ela não tem noção do que "oppa" também pode significar. As vezes ela usa comigo no piloto automático ou sei lá, já que eu disse para ela que sou mais velho do que ela.

- Eu uso porque seria o certo, não é? Hyung não é muito efetivo para mim, oppa tem mais cara de que estou me referindo a alguém mais velho. - Ela diz com sinceridade.

- Mas oppa é mais usado para se referir a um namorado ou alguém que você gosta. - diz o homem.

- Ah. Alguém que você gosta...? - ela olhou para o chão pensativa e depois de uns minutos me encarou me dando um leve susto. - Eu acho que gosto do Yoongi.

Corei de imediato e meu coração palpitou, como ela conseguiu fazer meu coração palpitar dizendo isso na frente de um cara e ainda mais com essa expressão de morta?

- Nos conhecemos a dois dias, enlouqueceu? - perguntei.

- Não posso gostar de você por que nos conhecemos a dois dias? - ela perguntou. - Aish, no que você está pensando? Não disse que gostava de um modo amoroso.

- De que modo está falando, então?

- Não sei. - de repente ela corou levemente. - Talvez do mesmo modo que gosto do Guk Doo.

Vi o homem ao lado dela se retrair.

- Quem é Guk Doo?

- Guk Doo in. Sou eu. - Ele abaixou a cabeça. - Trabalho como gerente e cozinheiro do restaurante.

- Min Yoon ki. - disse para ele a pronúncia correta do meu nome, assim ele não saberia que sou o Suga ou o Min yoongi.

- Prazer. Agora eu preciso voltar para a cozinha, com licença. - Ele se retirou.

Me sentei na banqueta e pedi um lamem a Kim Mi. Quando comi, me senti renovado, era realmente muito bom. Kim Mi serviu alguns clientes e voltou para o balcão, para perto de mim.

- Sobre aquele assunto... - comecei.

- Que assunto? - ela perguntou.

- O fato de você ficar me chamando de "oppa". - Eu disse.

- Ah... Não posso? - ela perguntou.

- Não, é constrangedor, as pessoas não têm essa sua mente inocente. - Eu disse.

- Então... Vou chama - lo assim apenas em casa, está bem?

- Por que a insistência nisso? Não pode simplesmente me chamar pelo nome?

- Eu chamava meu irmão de "oppa"... você me lembra ele. É por isso.

Fiquei pensando em como o irmão dela seria e o que aconteceu com ele para ela falar assim, na verdade ela está com a mesma expressão morta, mas se analisar bem, nota - se uma diferença as vezes.

- Tudo bem então. Mas quando estivermos na frente das pessoas, não me chame assim. - disse. Ela apenas balançou a cabeça em sinal afirmativo. - que horas você sai? - ela olhou para um relógio na parede.

- Daqui a 1 hora.

- Então vou te esperar. Vai lá, trabalhar. - Eu disse com frieza e ela balançou a cabeça de novo e saiu.

Quando voltamos para casa juntos, percebi que o trabalho dela não ficava muito longe do apartamento. O céu estava estrelado e ficamos quase o caminho todo olhando para cima. As vezes eu olhava para ela e sorria sem nem perceber, quando percebia que estava sorrindo, virava a cara e sentia minhas bochechas esquentarem, odeio o fato de ela já ter esse tipo de poder sobre mim quando nos conhecemos a apenas quase três dias.

Enfim Só Ou Nem Tanto...Onde histórias criam vida. Descubra agora