O primeiro passo

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Deixei os meninos por um tempo e fui até o pátio do hospital aonde os pacientes podiam passear. Fui ao encontro do Yang, logo o avistei parado em frente ao jardim, observando as flores. Me aproximei do meu irmão que estava absorto.

- Oi. - falei lhe tirando dos seus devaneios.

- Ah, Oi. - Ele respondeu dando um sorriso assustado. - Eu não te vi.

- Tudo bem. - virei - me para observar as flores junto com ele.

- Young, eu... A culpa é...

- Não é sua. - O interrompi. - A culpa não é sua, Yang.

- Claro que não. - Ele falou convencido. Eu suspirei. - com certeza foi culpa do Hyuk mesmo... - Ele virou a cara meio sem jeito.

- Você não muda mesmo em? - falei.

- Young... - Ele virou-se de repente para mim e seu rosto passava angústia. Toquei em seu braço.

- Não Yang... Não faça isso consigo mesmo. A culpa realmente não foi sua. - tentei tranquiliza - lo. - Você fez o que podia. - falei. Ele balançou a cabeça se acalmando.

- A culpa também não é sua. - Ele disse.

- Eu sei. - suspirei. - Mas vai demorar um pouco para meu coração entender isso.

- Eu queria que fosse fácil assim em relação a mim também. - Ele me encarou e sorriu falsamente. - Ele disse que eu deveria cuidar de você... Mas eu acho que você não precisa de ninguém pra isso. - voltou a encarar nada em específico, apenas desviou o olhar. - Ou só... Não precisa de mim.

- Você tem razão, não preciso de você. - falei para ele com um sorriso simples. - nem dos seus cuidados. Houve um tempo em que precisei muito, mas não tive, porém agora, não preciso mais.

- Realmente, você mudou bastante. Não é mais aquela garota frígida e sem sentimentos, mas também não é mais aquela garota apaixonada e alegre por conta daquele idiota que te deixou. - Ele se virou para mim por completo. - Você agora, é uma mistura estranha dos dois... - Ele franziu o cenho e sorriu. - A diferença é a sabedoria que você adquiriu. Parabéns, por conseguir isso sem a ajuda de ninguém.

- Você tem razão. Mérito meu. - virei - me para ele também.

- Ok, talvez o seu complexo de Deus não seja algo tão elogiavel assim. - Ele riu um pouco nervoso.

- É. Mas não vou abrir mão disso. Yang, é claro que não foi sozinha que eu cheguei até aqui... mas a maioria das vezes foi eu.

- Você cresceu.

Ele sorriu sinceramente e colocou uma mão sobre minha cabeça, afagando meus cabelos carinhosamente. Fiquei calada por um momento e me lembrei de quando eu era menor e uma vez quando eu tinha 16 anos, tropecei na volta para casa e torci meu pé direito. Ele estava comigo e eu insisti que conseguia voltar andando, mas ele praticamente me forçou a subir em suas costas, não lembro de ter dito Obrigado naquele dia.

- Orabeoni... - O encarei e ele me encarou surpreso e com certo rubor na face. - Obrigada por me carregar naquele dia em que torci meu pé.

- Oh... Sua memória é incrível mesmo. Só agora veio me agradecer?! Aish! Minha espinha quase se partiu... Eu poderia ter morrido, sabia?!

- Aigoo, como você é dramático! - bati levemente em seu ombro e ele sorriu.

- Young... Acho que vou voltar para o meu hospital... - disse de repente com um ar meio triste.

- Orabeoni... Eu não preciso do seu carinho nem da sua proteção... Mas isso não significa que eu não queira... - sorri para ele.

- Você deveria parar de me chamar assim porque... - Ele se interrompeu percebendo minhas palavras. - Espera aí! O que?!

Enfim Só Ou Nem Tanto...Onde histórias criam vida. Descubra agora