DUAS SEMANAS E MEIA APÓS A UNIÃO DE JUNG HOSEOK E KIM NAMJOON
— Hobi, vem! — chamei por Hoseok com um aceno desleixado, sentindo a pele de minhas bochechas se contraírem ao redor de minhas covinhas, porque eu sabia que ele não resistia a elas.
Ele não resistia a mim, convenhamos.
— Aigo, Namjoonie... Eu já disse que não entendo esse jogo de rico. — ele veio até mim com um biquinho fofo nos lábios e os ombros caídos, o olhar perdido no horizonte além de mim.
Basicamente estávamos aproveitando o fim daquela semana praticando esportes — corrida, vôlei, frisbee, basquete —, mas especialmente um que eu aprendera há pouco, o golfe, e Hobi não estava tão animado para tal atividade.
Eu poderia me sentir mal por ele não querer jogar golfe comigo, mas era impossível se sentir assim com ele por perto. Independente se estava gostando ou não, sempre me animava com suas falas engraçadas, como: "jogue mais forte, não é você quem vai pegar mesmo" ou "que coxas definidas você tem, Nammie". Era inevitável não se sentir completamente apaixonado.
Hoseok ainda se mostrava terrivelmente desajeitado com todo o aparato dentre qual fui criado, mas sempre dava seu melhor para parecer indiferente, mesmo que estivesse impressionado com a mais insignificante escultura de barro. Ele argumentava que não precisava de nada daquilo para viver feliz, mas eu queria dar a ele tudo que tinha direito.
Hoseok merecia tudo, e a lista de motivos era extensa, começando pelo fato de me fazer feliz com coisas simples como rir igual a uma gazela baleada e olhar para pinturas com a expressão de quem tentava arduamente resolver uma fórmula sem papel e lápis.
Ele era precioso demais.
— Você é rico, Hoseok. Acostume-se. — eu disse, rindo enquanto ele bufava e se aprumava como um pássaro ao meu lado. — Não precisa se esticar tanto, é apenas golfe.
Peguei um taco dentro da bolsa em que estava e entreguei para Hoseok junto com um pano de algodão da cor verde, ajeitando a boina sobre meus cabelos de mesma cor, apenas um pouco desbotados.
— Você precisa limpá-lo primeiro, está quente e o taco não pode deslizar por suas mãos. — expliquei, olhando para o céu ardentemente azul daquela tarde, a ausência de nuvens e o sol perdido em algum lugar apenas tornavam-no mais bonito.
Todavia, nem mesmo o céu conseguia ofuscar o brilho de Hoseok, a testa franzida em concentração enquanto as mãos firmes seguravam o taco junto com as coxas, limpando-o cuidadosamente. Ele era tão esforçado, tão dedicado em me deixar feliz e fazer-me sentir bem.
Como eu disse, precioso demais.
— Terminei. Está mais brilhante que a prataria lá da cozinha. — disse Hoseok, segurando-o pela base e me estendendo-o.
— Não, amor, você vai usá-lo. — disse, me posicionando atrás dele, bem perto, de forma que ele pudesse sentir minha respiração em sua nuca.
A melhor parte de ensinar golfe a um homem gostoso como Hoseok era a de atiçá-lo da maneira que me especializei.
— Eu vou usar o taco ou você vai me usar? — ele perguntou em meio a uma risada fraca, tombando a cabeça para esquerda enquanto aproximava minhas narinas para inalarem seu cheiro natural e um pouco de suor.
A cada minuto que se passava o sol caminhava para o meio do céu, muito em breve seria impossível continuar jogando ali.
Mas até lá, talvez subir as escadas para suar em qualquer um dos quartos fosse mais divertido que ficar suando à toa lá fora.
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Epiphany [KTH • KSJ]
Fanfiction"Ele chegou por acaso, como uma serendipidade. E me ganhou em toda sua singularidade." - Kim Seokjin [...] Algo que Kim Seokjin, mesmo em sua condição como ômega, não esperava e desejava era se casar com alguém que sequer tivesse alguma noção sobre...