Conflitos.

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 —O quê? Sai...me deixa dormir. —Falo isso ainda com os olhos fechados e em meio a devaneios.
Ouço uma voz familiar e alguém me puxando, me mandando acordar. Quando abro os olhos e vejo quem é, queria não ter aberto eles nunca. Droga! É o  Tul. — O que você quer?


—Só queria te acordar para aula.  —Dá para acreditar? Me acordar...dou um risada irônica. — Não está nem aí se eu não acordar mais, mas muito obrigado pela sua preocupação, porém não preciso ser acordado. Eu faço isso sozinho  à muitos anos, ou você decidiu posar  de irmão  preocupado de uma hora para outra? Por favor se quer fingir alguma coisa, faça isso para os outros, eu sei muito bem  quem você é. 

— Se arrume e desça,precisamos conversar.

— Conversar? Não, obrigado. 

— Tin, não pode me evitar para sempre e vou garantir que não consiga fazer isso.— Ele  diz isso com uma cara arrogante, sua marca registrada. Saio da cama pisando duro e o empurro para fora do meu quarto. Ouço ele  resmungando na porta...tão chato! Puta que pariu! Encaro a mim mesmo no espelho, frustado. —Maldito Tul! —Sempre que vejo ele, me recordo de tudo que me fez e tudo o que me aconteceu. É como se meu coração se partisse em um milhão de pedaços em um loop eterno. Respiro fundo...

Lavo meu rosto, escovo os dentes e arrumo meu cabelo. Faço tudo isso no automático meio em transe. Visto meu uniforme e mais uma vez coloco minha máscara de indiferença. De tanto usá-la, às vezes acabo achando que é minha verdadeira face e isso me faz recordar meu apelido na universidade, com um sorriso no  rosto...

"Príncipe de gelo". 

Pego minha mochila e desço as escadas. Tul está sentado no sofá lendo uma revista, esperando para me encher o saco. Eu desconfio que seu esporte preferido seja me atormentar, mas em breve Tul não terá mais esse prazer!

— Quer se sentar?— Ele me indica o sofá. 

— Não obrigado, prefiro ficar em pé e bem distante. Aliás já estou de saída, então fale logo o  que quer.

— Mamãe falou para você da festa Tin? 

— Sim e daí? 

— Vão estar muitas pessoas lá, pessoas importantes e você deve estar presente.

— Me poupe Tul, você gostaria que eu nem fosse a essa festa para se sair mais por cima ainda, e fazer a cabeça de todos que eu não presto e sou uma decepção para a família. A quem você está querendo enganar?— Ele ri...

—Está enganado, só quero ver minha linda família reunida.—Diz isso da forma mais irônica possível. 

— Se era só isso, com licença, tenho que ir.  

— E Phu quer te ver também. — Ele fala quando me viro de costas para ele, já me preparando para sair. Não olho para trás, pego as chaves do carro e me mando porta afora.
Preciso dar essas informações para o Pete, decido aproveitar o momento e ligo para ele.

— Sim...Tin.

— Pete estou com as informações,onde podemos nos encontrar?  —Por algum motivo que desconheço, mas imagino, ele marca  no estágio de futebol perto do Campus. Quando chego está sentado na arquibancada observando algo rindo. Olho na mesma direção e me arrependo.
Está todo bobo olhando para o seu programa tailandês. Paro e me sento ao seu lado.

—Você conseguiu as informações, Tin?

 — Antes que eu dê a você, me diga uma coisa. O que você tem a ver com esse lixo? —Pete congela e me olha assustado como se estivesse com medo que eu descobrisse algo. O que uma pessoa com ele, tão boa e doce poderia ter feito? Não entendo por que não quer que eu descubra.O que será de tão grave? Estou muito curioso e irritado por ele mentir e esconder coisas de mim.

TinCan - Love Story[REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora