Capítulo 18

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Marcelo

Minha vida desde que deixei Amy para trás transformou-se num caos completo. O restante de minhas férias foram uma verdadeira merda, daquelas bem fedidas.

Meus dias ficaram praticamente insuportáveis e quando voltei para o trabalho eu estava mais do que estressado e frustrado, totalmente o contrário do que tinha planejado.

Me sinto o pior dos canalhas, errei, errei muito feio por tê-la deixado sozinha sem ao menos conversar sobre seus sentimentos.

Caralho! Ela disse que estava apaixonada e eu simplesmente fui embora.

Que grande covarde eu sou.

A culpa está me corroendo e não consigo ter coragem de mandar nenhuma mensagem, já pensei várias vezes em ligar mais sempre desisto.

O pior de tudo é que não quero dividir isso com ninguém, por isso não sei o que uma pessoa de fora de nossa relação esquisita poderia dizer. Não sei como me sinto com relação à seu afeto por mim. Não sei se sinto-me lisonjeado ou magoado, afinal de contas era ora ser uma relação sem complicações, um sexo gostoso que seria praticado até o final das férias, até lá eu planejava já ter me livrado de todo o tesão que aquela mulher me causa, mais infelizmente nada saiu como planejado.

Quando não estou na delegacia, estou em casa fazendo nada, nem minha família estou indo visitar esses dias. A única pessoa que foi tentar me tirar do meu "conforto" foi minha irmã, mas quando ela percebeu que eu não queria papo foi embora alegando que eu sou um bruto sem coração.

O que não discordei nem discuti. Me sinto sem coração. Estou oco por dentro, vazio, meus dias só me fazem sentir como a música do Tiziano Ferro - Sere Nere, tardes negras me perseguem.

Falando nisso, me desencosto do sofá  e me estico para pegar meu violão de novo, e a única música que sinto vontade de rocar é ela, nem percebo mais quando termino ou começo. Essa música resumi minha vida.

Repensarei nos anjos
No café quente te despertando
Enquanto passa distraída a notícia de nós dois
Dizem que me servirá
Se não mata, fortifica
Enquanto passa distraída a tua voz na TV
Entre o rádio e o telefone ressoará o teu adeus

De tardes negras
Que não têm tempo
Não têm espaço
E ninguém nunca entenderá
Podes permanecer
Porque faz mal, mal
Mal de morte
Sem você
Sem você
Sem você

Repensarei que não estás aqui
Mas me distrai a publicidade
Entre os horários e o tráfego trabalho e você está
Entre a varanda e o interfone, dedico a você meus problemas

De tardes negras
Que não têm tempo
Não têm espaço
E ninguém nunca entenderá
Podes permanecer
Porque faz mal, mal
Mal de morte
Sem você

Combati o silêncio falando com ele
E amenizei a sua ausência só com meus braços
E mais você vai me querer e menos você me verá
E menos você vai me querer e mais estarei com você
E mais você vai me querer e menos você me verá
E menos você vai me querer e mais estarei com você
E mais estarei com você, com você, com você
Eu juro

De tardes negras
Que não têm tempo
Não têm espaço
E ninguém nunca entenderá
Podes permanecer
Porque faz mal, mal
Mal de morte
Sem você
Sem você
Sem você
Sem você

Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)Onde histórias criam vida. Descubra agora