Marcelo
Já se passaram dois meses desde que tudo aconteceu e não consigo me conformar ainda. Uma semana depois de voltar para casa, fui chamado para prestar depoimento, foi um inferno ter que relembrar todos os horrores que passei, na verdade eu nunca vou esquecer aquilo, mais evito ficar pensando, e ter que falar tudo nos mínimos detalhes deixou-me angustiado e inquieto.
Sardinha vai passar por julgamento, não abriu o bico sobre quem mais faz parte do esquema, e como é um homem da política e importante, decidiram transferir o sujeito para Curitiba, onde a maioria dos políticos ficam. Fiquei furioso, mas tiraram o caso das minhas mãos já que não ando mais, segundo meu chefe preciso de um tempo.
Me despedi da minha equipe que trabalhou com afinco desde o início de tudo. Foi bastante doloroso dar adeus a algo que amo tanto, não foi só minhas pernas que perdi, mas também meu trabalho. Disseram que vão me compensar com uma generosa pensão, a vontade que tive foi de mandar todos se foderem, mais controlei meu mal humor.
A fisioterapia está me deixando exausto, mais é importante porque vai impedir que meus músculos se atrofiem pela falta de circulação, segundo meu fisioterapeuta, é a parte mais importante da minha recuperação.
Agora o que está me deixando louco é a falta de sexo, até agora não consegui ter uma relação com a minha namorada, não que eu não tenha tentado, mas Amy disse que tem medo de me machucar, que minha lesão pode não ter cicatrizado ainda, e o pior de tudo é que tô sem sexo a muito tempo, e a Amy fica desfilando pelada na minha frente, estou começando a achar que ela não sente tesão por mim, agora que estou nessa cadeira maldita. Foi uma surpresa quando tive minha primeira ereção depois que cheguei em casa, Amy estava me ajudando com o banho quando meu pai ganhou vida pela primeira vez, percebi quando engoliu em seco, mas fingiu que nada aconteceu e continuou meu banho. Meus batimentos cardíacos estavam massacrando meu peito pela ansiedade, entretanto ela não fez nada a respeito e ainda não faz.
Estou em meu quarto pesquisando sobre tratamentos opcionais quando a porta se abre e Amy entra com um sorriso nervoso em sua face, fico tenso imediatamente.
Eu sabia que ela não suportaria.
Ela caminha por todo o quarto até finalmente parar onde estou, me olha fixamente e parte meu coração com sua declaração.
— Estamos indo para Nova York daqui há dois dias. Pensei bastante, conversei com seus pais e decidimos que é o melhor a fazer.
— O melhor? — Indago magoado. — Era melhor ter ido embora antes, teria me poupado de muita coisa. — Falo para a mesma que me encara espantada.
— Do que está falando Marcelo? — Parece confusa quando pergunta.
— Você vai embora! — Exclamo exaltado e tento puxar a cadeira mais para perto para me transferir e poder fugir do seu olhar.
Não posso continuar aqui.
— Em que mundo você está? — Questiona. — Eu disse que nós temos embora.
— Nós? — Estou confuso. — Nós quem?
— Não acredito que agora também ficou lento?! — Bufa irritada. — Eu e você Marcelo, nós dois estaremos indo para os Estados Unidos, lá o tratamento será muito melhor e você vai poder trabalhar comigo se quiser. — Da de ombros.
— Trabalhar com você? — Ainda não estou entendendo nada.
— Você é advogado não é, pode trabalhar comigo na empresa.
Ainda estou confuso quando ela vem e senta-se ao meu lado, puxando o notebook do meu colo e pegando minhas mãos nas suas.
— Eu preciso voltar a trabalhar amor, e você precisa se cuidar, então uniremos o útil ao agradável, porque é claro que não vou mais viver um dia que seja, longe de você, então você vai morar comigo, trabalhar comigo se quiser, devo deixar claro, e seguir seu tratamento em Nova York, onde estarei para lhe dar todo o suporte necessário.
— É mesmo? E como pretende me convencer a largar minha vida aqui para me mudar para outro país com você? — Arqueio a sobrancelha em desafio e ela estreita os olhos em minha direção.
Não espero que diga qualquer coisa e a puxo para sentar em meu colo, ela solta um gritinho de surpresa, mas rodea minha cintura com suas pernas gostosas.
— Amor, eu não quero te machucar. — Ela diz, prendendo o lábio inferior com os dentes e me olhando de um jeito safado.
— Você já está me machucando Amy. — Ela se surpreende e tenta sair do meu colo, mas a prendo ao meu corpo. — Mulher, eu tô doido de tanto tesão acumulado, é isso que tá doendo em mim. — Reclamo e deixo que meus lábios pressionem contra seu pescoço, dando uma lambida logo em seguida.
Ca-ra-lho!
Eu tinha esquecido o quanto essa mulher é gostosa e quando ela geme em meus ouvidos. Porra! É música para mim.
Continuo a chupar e lamber entre seu pescoço e ombros, minhas mãos estão em sua cintura e vão subindo até seus seios, quando os prendo em minhas mãos Amy solta um gemido que faz meu pai vibrar em minha cueca.
— Amy querida, preciso falar com você. — Mamãe chama da porta e ouvimos quando o trinco se abre.
Amy pula do meu colo e passa para o outro lado, colocando o notebook em meu colo para esconder meu pai duro.
— Porra mamãe! — Exclamo frustrado. — Chegou num péssimo momento.
— Marcelo! — Amy só falta ter um ataque, suas bochechas estão tão vermelhas que parece que vai passar mal a qualquer momento.
— Atrapalhei alguma coisa? — Mamãe indaga claramente envergonhada.
— Sim.
— Não.
Falamos ao mesmo tempo. Mamãe boa encara e mais vermelha do que Amy, se isso é possível, ela sai do quarto sem nada mais a falar.
— De onde paramos? — Questiono quando a porta é fechada novamente.
— Aaah por favor né?! — Amy levanta brava e vai para a porta.
— Pra onde você vai? — Pergunto.
— Vou falar com sua mãe.
— E eu? — Aponto para meu problema.
— Depois de me fazer passar por essa vergonha, se vire sozinho. — sai e bate a porta com força.
— Mais que droga! — Exclamo com raiva.
Vou morrer de tesão acumulado!
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Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)
Romantizm[+16] Marcelo Fontana. É um delegado de prestígio. Em compensação é um pervertido quando se trata de mulheres. Quer distância de compromisso. Amy Montgomery é americana, veio para o Brasil para participar da cerimônia de casamento de Nicholas Cla...