Amy
Estou em meu escritório ainda remoendo a forma como Marcelo me deixou. Caramba! Acho que devo estar numa fase de negação. Estou com uma raiva horrorosa de mim mesma, se não quero ele, porque merda não esqueço? Por que você quer ele sua idiota. Minha consciência me acusa.
Eu deveria tê-lo dito que o amo e que apesar de todos os meus esforços, eu não consigo esquecer tudo o que vivemos, mas sou muito covarde e acabo falando pelos cotovelos e esquecendo de ouvir o que ele tem a dizer. Na verdade não era bem isso, eu tinha medo de ouvir exatamente o que ouvi em nosso último encontro há uma semana.
Não posso culpar somente a ele. Nossa relação começou toda errada, jamais daria certo mesmo.
Estou sentindo-se uma adolescente, e isso é revoltante, caramba! Sou uma mulher adulta, porque não consigo agir como uma? Que paixão é essa que me deixa cega pra maturidade?
Detesto me sentir assim, sem rumo e sem esperança.— Mãe? — Indago surpresa quando tenho meus pensamentos interrompidos e minha mãe inrrompe na minha sala.
— Por que está surpresa? — Ela questiona. — Não posso fazer uma visita no trabalho da minha filha.
— Me desculpe, eu estava divagando. É sempre bom tê-la aqui. — Falo, me levantando e indo abraçar a mulher que é meu exemplo e orgulho.
— Eu percebi que estava divagando, na verdade não é de hoje que percebo sua distância. — Diz acariciando meu cabelos de forma carinhosa.
É tão bom tê-la grudada a mim.
— Amy, hoje eu só saio daqui quando você abrir seu coração e falar o motivo dessa sua falta de atenção. Você por um acaso percebeu como isso vem afetando seu trabalho? Acho que não. — Ela responde por mim.
— O motivo desse meu devaneio, tem nome, sobrenome e me deixou mais confusa, e insegura do que em qualquer fase da minha vida. Mãe, bem na adolescência eu fui assim! Exclamo frustrada, me encaminho até um sofá no canto da sala e me jogo nele.
— Marcelo Fontana. — Minha mãe fala e a olho assustada.
— Como sabe?
— Minha filha estou velha mais não cega. Por favor né Amy, tava estampado na cara de vocês. Todo mundo percebeu.
— Mas o Logan? — Estou confusa.
— O Logan é seu irmão mais não é seu dono, ele não vai se meter no meio da história de vocês, e ele já está avisado quanto a isso. Seu pai super apoia, no entanto não entende porque estão complicando tanto, algo que é extremamente fácil.
— Não é fácil. Marcelo é um idiota difícil que só faz e fala idiotices.
— E desde quando você facilita algo pra ele, amor? — Minha mãe acerta na mosca e eu suspiro derrotada.
Ela senta ao meu lado e segura minhas mãos geladas.
Achei que estava fazendo tudo tão bem escondido, nem acredito que todo mundo sabe.
— Você o ama? — Mamãe indaga.
Será que o que sinto por ele é amor realmente? Bom, tudo indica que sim. Nunca me senti dessa forma antes, mas e se for só paixão. Irei quebrar a cara.
— Não sei exatamente se é amor. — Respondo temerosa.
— Você quer tê-lo ao seu lado, mesmo com todos os defeitos?
— Sim.
— Sente-se mal ao imaginar ele com outra.
É inevitável não grunhir com essa perspectiva.
— Vou tomar isso como um sim, lobinha. — Minha mãe ri.
— Pode parar já, não aguento mais essa tortura.
— Realmente, deve ser uma verdadeira tortura está longe de quem amamos, por isso vim aqui colocar o juízo que você esqueceu que tinha por causa de um orgulho besta.
— Mãe! — Exclamo exasperada.
— Deixa eu te contar uma coisa. — Ela fala. — Os canalhas são os melhores, quando eles amam, amam eternamente.
— Como sabe? — Pergunto sem ter certeza se quero ouvir sua resposta.
— Experiência própria amor. — Diz com um sorrisinho nos lábios. — Aconselho a você parar de deixar que um desentendimento afaste vocês pra sempre. Pois quando eles deixam de amar é pra sempre, jamais voltam atrás, então se eu fosse você não perderia tempo com bobagens, a vida é muito curta para que se prendendo a besteiras, o relógio não para meu amor, tic tac, tic, tac... bom eu já fiz o que vim fazer, bom trabalho meu amor. — Ela diz, da um tapinha em minha mão e sai da minha sala deixando-me pior do que estava quando chegou.
Aí caramba! Eu preciso ir atrás dele.
Levanto do sofá, pego minha bolsa, o celular e saio correndo da minha sala.— Pra onde você vai? — Zoe questiona e vem apressada atrás de mim. — Você tem uma reunião em trinta minutos.
— Vou atrás do Marcelo, preciso falar com ele e dizer que o amo, que quero recomeçar.
— Agora? — Pergunta assustada. — Você poderia ter feito isso semana passada né, como eu te disse pra fazer. Não pode abandonar tudo, é seu trabalho e sua credibilidade.
— Zoe, já tomei minha decisão.
— Amy por favor! — Ela pede.
— Zoe querida. — Minha mãe chama e tomo um susto quando estou prestes a entrar no elevador.
— Você não tinha ido embora?
— Eu nunca disse que iria embora. — Responde. — Zoe, você pode me trazer a pauta da reunião, estou assumindo a presidência por um tempo.
— Vai lá Zoe, sua chefe te espera.
— Falo pra ela e entro no elevador, tirando o pé que o estava segurando.As portas se fecham e ainda posso ver a expressão confusa da minha amiga.
Enquanto sigo para casa de táxi, porque estou muito apressada e deixei a chave em cima da minha mesa, ligo para o aeroporto e compro uma passagem para o Brasil.
Amanhã pretendo estar cara a cara com o homem que é o amor da minha vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marcelo (Spin-off Tudo Culpa dos Croquis)
Romance[+16] Marcelo Fontana. É um delegado de prestígio. Em compensação é um pervertido quando se trata de mulheres. Quer distância de compromisso. Amy Montgomery é americana, veio para o Brasil para participar da cerimônia de casamento de Nicholas Cla...