26 | O Amigo Alado e o Fim de Algo Bom

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– Não acredito que você me convenceu a vir aqui. – Disse Michelle, reparando o corredor que levava a cripta onde ficava os corpos dos padres.

Em sua opinião, o lugar era gelado e sombrio.

– Para de ser medrosa. Nem parece minha irmã. – Brincou, caminhando até a porta de entrada. – Vamos?

Michelle parou e observou. Sempre se perguntava qual era a necessidade de manter um corpo lá. Aquele lugar era gelado, tenso, além de ser estranho e esquisito.

Ela não sabia explicar exatamente o porquê, mas tinha que admitir. Era cagona demais para entrar.

– Ei, vamos.

– Eu... Eu... Não vou, não.

– Mas por quê? Você chegou até aqui.

– Eu sei, mas aqui é a minha deixa.

– Vamos Michelle. – Insistiu manhosa.

– Vai você, já que faz tanta questão.

– Vai amarelar mesmo?

– Eu não vou. É demais pra minha capacidade.

– Aff, que ridículo. Você entra em cada buraco quando a gente tá trabalhando.

– Mas nesses casos eu sou obrigada... Vai lá.

Rachell sorriu e olhou para a porta. A verdade é que ela também não era a das mais corajosas. Mas ao contrario da irmã, ela não queria sair com a fama de arregona.

– Ray? Não vai me dizer que tá com medo.

– O quê? Eu? Não.

– Não é o que parece.

– Não é isso. Mas não tem graça ir sozinha.

– Não tem graça nem indo acompanhada, mas enfim. Olha, eu sei que você é corajosa e tal. – mentiu. – Mas se você não quiser ir, tudo bem.

– Não. Eu não vim até aqui à toa. Eu vou lá.

– Vai mesmo?

– Mas é claro.

– Então vai em frente. Eu espero aqui.

Rachell assentiu, olhou para a porta, engoliu em seco e entrou. Michelle olhou mais uma vez para o corredor vazio, ela nem havia percebido as varias estatuas – que em sua opinião não pareciam com nada – nas paredes. Ela cruzou os braços, estava com a sensação de que a temperatura tinha caído mais.

Olhando mais uma vez ao redor para as estatuas, teve a impressão de que uma das estatua se mexeu. Curiosa, ela se aproximou e teve a certeza de que estava mesmo se mexendo.

Sem pensar duas vezes, Michelle caminhou até a porta por onde a irmã tinha passado. Foi aí que ela notou que uma luz forte surgiu atrás dela.

Michelle espreitou os olhos tentando ver o que estava dentro da luz, mas tudo pareceu se apagar de repente.


– Então querem se juntar a paróquia? – Perguntou o padre. – É, a gente não se sente bem se não for a missa todo o domingo, sabe? Onde moravam antes mesmo?

– Fremont, Texas. – Dean respondeu.

– É mesmo? Bela cidade. Paróquia de Santa Tereza. Devem conhece o padre de lá.

– Claro, a gente conhece, padre O'Malley.

– Eu conheço o padre Shaughnessy.

– Shaughnessy, exato. – ele enrolou. – Foi o que eu disse, não foi?

Nights of a Hunter | Supernatural FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora