Local: Seul/Coreia do Sul
6h35mn
Enquanto andava até o banheiro fui deixando minhas roupas caírem pelo chão, liguei o chuveiro e deixei a água correr por alguns segundos antes de entrar em baixo. A água quente deslizava pelo meu corpo acalmando os músculos, um gemido saiu dos meus lábios e lágrimas começaram a verter de meus olhos.
Eu raramente chorava, mas naquele momento meu corpo parecia tomado de vontade própria, ali debaixo do jato quente, eu me permiti chorar como uma criança com dor.
Quando finalmente tomei coragem e desliguei o chuveiro, enrolei uma toalha na cintura e fiquei parado na frente do espelho, meus olhos estavam inchados e meu cabelo grudava na testa, eu tinha que me vesti e sai do banheiro, mas a vontade havia abandonado meu corpo.
Respirei fundo e sai do banheiro, peguei minha roupa em cima da cama e vesti, recolhi as que estavam jogadas pelo chão e coloquei no cesto de roupa suja.
Coloquei um casaco quente, uma toca, coloquei minha carteira no bolso e a minha câmera no pescoço e sai do apartamento. Todos estavam dormindo, ou ocupados com suas vidas, não me preocupei em deixar um bilhete, podiam me chamar no celular.
As manhãs em Seul costumam ser acolhedoras, e a luminosidade é propicia para tirar fotos. Eu comecei com esse hobby há pouco tempo, existe algo mágico em preservar pequenos momentos.
Tirar fotos me deixa bem, me faz sorrir e é exatamente o que preciso hoje, eu quase nunca saio de casa, prefiro ficar colocando o sono em dia, ou escrevendo músicas, ou gravando alguma coisa, mas quando saio, quero de alguma forma tornar aquilo especial.
Eu sei que quando sai do meu estúdio particular e fui tomar banho, chorei como um bebe, mas às vezes meu nível de inspiração chega a um ponto em que mais uma música é entregue ao mundo. Eu estava no estúdio e o alarme do meu celular apitou para avisar que já eram seis horas, eu olhei para tê-la do celular e deslizei o dedo, coloquei a senha e ia parar o alarme quando sem querer cliquei no Google e acabei parando num anúncio que dizia:
"Na vida você conhecerá muitas máscaras, mas pouquíssimos rostos".
De alguma forma aquela frase penetrou em mim e quando eu vi, já estava escrevendo um novo rap para minha Mixtape.
Trabalhar na Mixtape me deu mais um propósito, mostrar ao mundo que não sou apenas Suga, mas que existe um além em mim, que sou um ser humano, que venci, mas que preciso dar muitos passos ainda. Quer ter um nome doce, não me faz doce, que o que importa não é somente o dinheiro ou a fama, mas a mensagem que se quer passar. De certa forma eu ainda sou um garoto de Daegu.
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"O quebra-cabeça Min Yoongi."
FanfictionYoongi havia conseguido mais do que seus sonhos poderiam alcançar. Estava levando sua música para o mundo, tinha uma família de seis irmãos leais e estava finalmente conseguindo lidar com as lembranças do passado. Mas ao reencontrar seu primeiro amo...