"O quebra-cabeça Min Yoongi."

Por Kim Namjoon

Local: Hotel/Piscina

14/03/2017

16h35mn

_Está um pouco frio para ficar aqui fora Senhor Kim Namjoon, eu deveria lhe trazer uma manta e um chá quente?

Eu estava tão distraído com o livro que estava lendo que não me dei conta da aproximação da Noona, ela era sempre silenciosa.

_Eu agradeço, mas estou bem. O frio brasileiro não se compara ao coreano.

_Não mesmo, mas se precisar de algo basta me chamar. Vou deixar você continuar a leitura.

Às vezes eu agia como um idiota.

_Noona, espere.

Levantei-me deixando o livro sobre o banco da piscina e foi atrás da garota.

_O que foi Senhor Kim Namjoon?

_Porque você me chama de Senhor Kim Namjoon?

A garota olhou para mim com uma das sobrancelhas levantadas, aquela era uma pergunta idiota considerando que ela era empregada do hotel e eu um hóspede.

_Me desculpe, foi uma pergunta tola.

_Como gostaria que eu o chamasse Senhor Kim Namjoon?

Eu tive que sorrir, Laura poderia ter feito àquela pergunta de forma educada e submissa, mas a verdade é que eu pude ver claramente que ela não era o tipo que aceitava ordens cegamente.

_Pode me chamar de Namjoonie.

_Tudo bem, Namjoonie. Precisa de alguma coisa?

_Não. Acho que vou voltar para o livro. Obrigado.

Noona se curvou e saiu andando para dentro do hotel. Por alguns segundos fiquei olhando para onde a garota havia estado e me senti afetado, afetado de uma forma que eu nunca ficava. Havia alguma coisa naquela menina que me fazia se sentir dividido, como me tornasse um cara inseguro, mas compreendido. O que estava acontecendo?

Tentei me concentrar no livro, mas minha mente ficava voltando para Laura, desde que chegamos ao hotel ela sempre nos tratou com muito respeito, sempre cuidando de tudo que precisávamos. A verdade é que nunca ficamos tão próximos a uma garota tão receptiva, ela sempre tinha uma solução para nossos problemas e nos ajudava com a comunicação. Apesar de trabalhar em um hotel auxiliando hóspedes ela me parecia inteligente o suficiente para comandar o hotel. Pegava-me constantemente perguntando-me como era sua vida fora dali, às vezes eu me escondia próximo à portaria para vê-la indo embora, amava o jeito bagunçado com que se vestia como se quisesse dar o fora e ir direto ao encontro da liberdade. Ela sempre estava sorrindo, mas quando não estava se comunicando seu rosto adquiria uma expressão seria e concentrada, também havia percebido que ela carregava um molesquine preto e que sempre estava anotando alguma coisa. Confesso que me sentia um stalker procurando por ela em cada canto, mas eu não conseguia evitar.