02

19K 1.6K 69
                                    


Quando o Talita me ligou, notificando-me da saúde de meu irmão, deixei todos os meus planos em cima de minha mesa de trabalho, na Flórida, e peguei o primeiro voo disponível para o Brasil

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando o Talita me ligou, notificando-me da saúde de meu irmão, deixei todos os meus planos em cima de minha mesa de trabalho, na Flórida, e peguei o primeiro voo disponível para o Brasil.

No hospital, não conseguimos conversar. Ele precisava de repouso absoluto e não teria visitas até o fim da tarde. Havia passado por um pequeno infarto e seria medicado até a hora de sua alta. Fiquei aliviado quando o médico de Ricardo me liberou para uma visita alegando que meu irmão necessitava com urgência de repouso.

— Você está péssimo, irmão. — Joguei meu casaco sobre uma poltrona ao lado da cama dele.

— Deveria ter escutado meu médico. — Me olhou cansado. — Como foi a viagem?

— Tranquilo. — Sentei-me ao lado dele. — O que você tem é grave?

— A parte de ficar deitado é que me aborrece. — Tossiu um pouco. Levantei-me para pegar água. — Repouso por vários dias. Tudo o que não preciso agora. A revista passará por transições e eu não preparei nada.

— O cretino do Raul pode fazer isso para você. — Entreguei a água.

Ricardo bebeu um pouco.

— Raul está deixando a equipe de sócios. — Me senti bem ao receber a notícia. — Nem aparece mais na revista, se mudou para Itália. Está vendendo a parte dele para outro com mais recursos e interesse em trabalhar. Infelizmente, esse novo "possível sócio" não gostou muito dos últimos números. Talvez Raul não tenha enviado resultados mais sedutores. Quando eu soube, passei a semana fazendo uma lista de coisas que poderiam ser melhoradas e analisar com mais cuidado as contas. Pretendia ajustar tudo esse mês. Para somar ao meu desespero, ainda tem o evento de final do semestre. Ha tanta coisa para ser feita e estou enfiado nessa cama. — Ficamos um tempo em silêncio, depois Ricardo limpou a garganta e me olhou com interesse. — Você pode... — Ele fez um suspense para que eu pudesse deduzir o que pensava — Você sabe...

— Ajudar na administração? — Neguei. — Estou aqui para cuidar de você.

— Uma boa enfermeira consegue realizar o serviço melhor que você. — Ele respirou fundo e continuou: — No entanto, se me ajudar com a revista, até o médico me liberar e eu conseguir voltar a trabalhar...

— Não, Ricardo, isso é uma péssima ideia.

— Não se faça de bobo, Marcelo. — Quis se sentar para falar melhor comigo. Ajudei para que não se cansasse. — Você é excelente com números. Ótimo em liderança. Ainda tem o detalhe de que por ser uma revista cheia de mulheres, elas vão adorar a carne fresca, farão o trabalho com empenho para lhe impressionar.

— Não seja canalha.

Esfreguei o rosto, exausto, e precisando muito de um banho, algumas doses de uma boa bebida quente e forte, talvez até mesmo uma companhia de uma única noite.

COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora