MARCELO
Eu estava nervoso, devo admitir. Já estive com mulheres variadas, no entanto... (Respirei fundo, olhando-me no espelho do banheiro) eu sentia que Eduarda era especial.
Havia prometido uma noite maravilhosa para ela, e foi isso que vim fazer, além de outros detalhes, ficar com Duda era a melhor delas.
Enquanto ela se acalmava no lado de fora, eu preparava nosso jantar. Embora inseguro sobre o que aconteceria depois que eu explicasse o mal-entendido, ainda assim quis me certificar que tudo estaria arranjado para nós naquela noite.
Ela era única, escutou minhas explicações para no fim sorrir junto comigo. Eu a convenci de entrar e jantarmos. Como chegamos ali depois de horas de voo, sugeri que ela fosse descansar mais um pouco.
Aproveitei para tomar um banho e fazer a barba que estava crescendo. Vesti algo confortável, uma camisa e bermuda. Depois desci para a cozinha e coloquei o jantar para esquentar. Acendi as luzes de fora, coloquei algumas luminárias na mesa que tinha na varanda. O tempo estava ótimo. Céu limpo e uma noite de temperatura agradável.
Ligação de Joane. Atendi.
— Desculpe pela hora — escutei ela dizer com timidez.
— Acho que não temos o que conversar.
— Foi duro para mim, Marcelo, ter que te ligar agora, apenas me deixe falar um pouco.
— Joane, estou um pouco ocupado aqui.
— Estou querendo apenas seu perdão. O que eu fiz pra você, não foi correto.
— Já foi, passou, esquece.
— Quero que saiba. Me arrependo muito da canalhice que fiz logo depois que você foi tão sincero comigo. Não merecia.
— Você caiu na sua própria mentira, não se preocupe, não guardei sentimento algum por você, muito menos a raiva.
— O que eu fiz foi uma idiotice.
— Sim, concordo com você.
— Um dia consegue me perdoar?
— Já lhe perdoei, Joane. Não se sinta presa ao passado. Não posso ficar na ligação, preciso ir.
— Tudo bem. Eu te desejo tudo de bom.
— Adeus.
— Adeus, Marcelo.
Peguei o vinho e o coloquei ao lado da comida, senti um perfume de rosas, um perfume suave que veio em minha direção.
Era ela, linda dentro da porra de um vestido que mal cobria suas pernas, um vestido cor-de-rosa, com alcinhas finas e um decote de matar a sensatez de qualquer homem.