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Duda

Duas horas depois

Comi quase uma bandeja de canapés que havia no bar

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Comi quase uma bandeja de canapés que havia no bar. Estavam deliciosos, não resisti. Marcelo começou a encher meu copo com uma bebida doce que lembrava morango, no final tinha um toque do álcool.

Entre olhares provocantes, beijos molhados e mão ali e acolá, entramos em uma turbulência, literalmente. Tivemos que nos sentar rapidamente e colocar o cinto.

Não tenho medo de avião. Adoro ele! embora nunca tenha passado por uma turbulência anteriormente, no entanto... Arg.... estava prestes a vomitar os malditos canapés...

Precisei correr para o banheiro e colocar toda a bebida e comida para fora.

Lembrei que a última vez que passei mal com sacolejos foi quando precisei ir de ônibus a uma cidade vizinha. Não havia tomado café, então comprei comida na rua, enchi a mochila e fiquei matando a fome no caminho, quando o trecho ficou ruim, os buracos na estrada faziam o ônibus dançar, tudo veio à minha garganta e se eu não tivesse perto do banheiro, teria vomitado no colo do tiozinho que roncava do meu lado.

— Eduarda. — Marcelo bateu na porta.

Tirei minha cara da boca do sanitário e me levantei sentindo o estômago queimar.

— Estou bem — alertei.

— Não, você não está. Me deixe entrar.

— Marcelo, o banheiro mal me cabe, como você quer entrar?

— Então saia e não me deixe preocupado.

— Não precisa. Foi apenas o avião que...

E lá fui eu novamente vomitar, até o que não existia mais. A cabeça começou a rodar e eu vi que precisava chegar com urgência em terra firme. Só assim toda aquela náusea iria parar.

Mico da porra eu estava passando!

Depois de aliviar a tensão estomacal, eu escovei os dentes, lavei o rosto, tomei água da torneira e saí do banheiro com um sorriso de orelha a orelha.

— Viu... não foi nada.

— Certeza?

— Claro. — Movi a mão no ar em sinal de que ele não se preocupasse com bobagem.

Para falar a verdade eu estava muito bem depois de toda a vergonha que tive que passar.

— Vamos aterrissar em vinte minutos — Marcelo avisou. — Você aguenta até lá?

— Estou bem, claro que aguento. Me desculpe por deixar você aflito, mas isso não é a primeira vez que acontece. Comida e turbulência não combinam com meu estômago.

— Você vai ter bastante tempo para descansar. Prometo não lhe dar comida e turbulência enquanto estiver ao meu lado.

Mas eu quero te comer!

COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora