34 | FIM DA PRIMEIRA FASE

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MARCELO

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MARCELO

Uma vez ela havia me pedido para não machucar seu coração. Mas foi ela quem acabou fazendo o que tinha medo de que eu fizesse. Sorri para minha cara de idiota no espelho do banheiro da recepção que a revista estava dando.

Duda estava falando com Ubiratan e ficou em sua mesa por toda noite. Ela tinha pegado seu sonho, eu havia desistido do meu por ela, por nós.

Como fui idiota!

Eduarda fez comigo o que eu fiz com Joane, anos atrás, quando a coloquei de escanteio porque ela queria ser mãe um dia.

— Aí está você. — Bianca, uma antiga amiga minha e de Ricardo, entrou no banheiro. — Pensei que tivesse fugido de mim.

Eu a olhei pelo reflexo do espelho. Como eu queria que fosse Duda me olhando daquele jeito, sorrindo para mim daquela forma, como eu queria que ela, no fim da festa, viesse até mim e dissesse que tudo não passou de um péssimo mal-entendido.

— Estava indo... — Peguei papel e sequei minhas mãos.

Ela se aproximou e me abraçou por trás. Olhando-me com carinho, disse:

— Você está magoado.

— Bobagem. — Eu me afastei dela e joguei o papel na lixeira, ficando encostado na bancada da pia.

— Tem uma menina lá no salão que você não tirava os olhos dela. — Bianca me encarou seriamente. — O que tem ela? É alguém que você ama? Alguém que fez você ficar a noite toda com essa falsa alegria?

— Por que não vamos continuar com a diversão?

— Seu coração está em pedaços. — Ela repousou sua mão no meu peito. — Vejo isso em seus olhos. Fale com ela enquanto há tempo.

— Não existe mais tempo.

— Por que não?

— Porque o tempo dela... ela não tem pra mim.

Bianca ficou em silêncio. Ficou do meu lado.

— Eu sinto muito por isso — falou, pegando minha mão. — Quer alguém para ir com você para casa?

Eu a olhei. Não era certo, mesmo sabendo do quanto era bom com ela na cama, a colocar no redemoinho que minha cabeça estava, não era nada certo. Mas isso era para ter pensado antes, antes da dor, da bebida, do ciúme e da revolta de ser abandonado.

— Quero.

Bianca ficou de frente para mim. Seu rosto um pouco suado pela dança. Ela se encostou no meu corpo, colocando suas pernas entre as minhas e me beijou. Um beijo com aroma de vinho, saliva e sabor desconhecido.

Minha boca queria outra, minha língua queria acariciar outra, meu corpo precisava de outra, mas me iludi achando ser a pessoa certa. Quando soltei Bianca ela estava descabelada e eufórica.

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