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MARCELO

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MARCELO

— Não faz isso, Marcelo! — Fabio gritou, ao me ver estrangulando o Bernardo. — Ele está bêbado como um cachorro miserável!

Dois amigos que considero muito: Fábio e Trevis. Infelizmente, Bernardo é primo de Fábio, sempre está com ele, e muitas vezes aturei sua falta de noção. Mas naquele dia ele tinha passado dos limites, tinha cruzado a linha do perigo e a única coisa que eu desejava era fazê-lo sufocar até ele desmaiar em minhas mãos.

— Cara! Você está assustando as meninas! — Trevis tentou me conter.

Quando olhei para o lado, Duda estava com os olhos vermelhos, assustada e paralisada no lugar. O medo estampado em sua face mostrou que ela havia encontrado em mim um homem que não conhecia. Nabeli e Pietra não estavam diferentes de Duda, assustadas elas estavam encolhidas em um canto, com medo do pior acontecer.

Duda se aproximou de mim. A raiva segurando minha mão ao redor do pescoço do cretino que havia chamado a mulher que amo de puta!

Senti as mãos dela sobre meu braço.

— Não vale a pena — ela disse, apertando meu braço, tornando a situação insignificante.

Soltei Bernardo e ele caiu sem ar no chão, tossindo muito.

— Me leva para casa, por favor — Duda implorou.

Estávamos no avião. Consegui avisar a tempo ao piloto sobre nossa volta ao Brasil ainda aquela noite. Mas com os trâmites para a saída de um jato da América do Norte até a América do Sul, acabamos saindo no início da madrugada.

Duda parecia exausta e dormiu o caminho até o aeroporto, e parte do caminho enquanto voávamos. Deitada sobre meu ombro, eu pensava nos últimos dias. Do dia em que eu a vi pela primeira vez. Nos dias que estive agoniado no escritório querendo tocá-la. Do quanto eu a queria em minha vida. Do quanto eu a quero!

Estava para tomar uma decisão, e mesmo com uma mulher maravilhosa apaixonada ao meu lado, eu não sabia qual decisão escolheria.

Teria que decidir até amanhã, e o peso dessa responsabilidade iria sobre mim de qualquer forma. Apenas esperava não tomar a decisão errada. Esperava esfriar a cabeça e decidir com sabedoria, pois nas últimas horas eu estava uma pilha de nervos.

— Marcelo — Duda resmungou, acordando. — Você está me machucando.

Não havia percebido, enquanto pensava e ela dormia, entrelaçando nossos dedos e no fim estava apertando os dela a ponto de lhe causar dor.

— Desculpe.

Ela se virou para o lado e dormiu, encolhendo-se.

Quando estávamos próximos de aterrissar, acordei Duda para que colocasse o cinto. Ela estava pálida, suas mãos geladas.

— Cachorro-quente de café da manhã seria ótimo — ela disse, pegando sua bolsa.

— Não posso tomar café da manhã com você — avisei, ainda que detestasse deixá-la.

— Ah, tudo bem. — Não parecia tudo bem. — Nos vemos depois.

Eu a segurei antes que ela escapasse de mim.

— Me desculpe por ontem. Desculpe por ter deixado aquilo acontecer, eu deveria ter avisado a Fábio que não o levasse.

— Não é culpa sua.

— Ainda assim me sinto no dever de lhe pedir desculpas.

Ela tocou meu rosto e disse:

— Vamos descansar um pouco, antes que a cidade comece a ficar agitada e seja a hora de voltar à rotina. Foi ótimo ficar com você naquele lugar. Dormir com você... então. — Ela me deu um sorriso cansado. — Nem se fala.

Beijei os lábios dela. já estava cheio de saudades, e como eu queria fazer um sexo bem lento e gostoso aquela manhã com essa mulher.

— Mas como você me prometeu — Duda prosseguiu —, teremos muitos mais vezes e chances de ficar juntos.

"— Termina logo com ela, Marcelo — a voz de Ricardo perturbava minha cabeça. — Não vai dar certo, no fim ela vai sair magoada."

— Qual seu maior sonho? — Indaguei. Duda ficou meio intrigada, mas respondeu.

— Confessei para você uma vez. Mas por que a pergunta?

— Porque um dos meus maiores sonhos é ver seu sonho realizado.

Ela me deu outro sorriso de presente.

— Seu bobo. Está muito cedo para me fazer corar.

— Nunca é cedo para desejar a você o melhor para sua vida. Vem. — Peguei-a pela mão. — Vou te deixar em casa.

Levei Duda até o seu quarto. Ela estava se arrastando quando caiu na cama e adormeceu. Foi um percurso longo e cansativo. Eu também estava exausto e precisava de algumas horas de sono para colocar os pés no chão e trabalhar.

— Tudo ocorreu bem? — Bruna apareceu, quando fechei a porta.

— Ao menos ela achou o lugar bonito — falei, indo em direção a saída.

— Marcelo. Espere um minuto. — Parei na porta. — Desculpe por ter lhe julgado mal da última vez que nos vimos. Sinto muito.

— Não tem importância. Compra cachorro-quente para Duda, ela quer comer isso no café da manhã.

Bruna enrugou a testa, como se achasse nojenta a ideia de comer cachorro-quente no café, mas até eu estava sentindo aquela vontade. Comer algo pesado e desmaiar na minha cama.

 Comer algo pesado e desmaiar na minha cama

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COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora