- Conhecia? - ela perguntou com os olhos arregalados e a boca aberta.
- Sim, mas não quis me dizer quem era - gemi e coloquei meu rosto entre as mãos - estou tão preocupada. Para Brendon ter agido desse jeito, algo deve ter acontecido com ele, se esse homem encostou um dedo no meu filho, eu sou capaz de...
- Ele não fez nada com Brendon - ela respondeu, mordendo o lábio inferior, sinal evidente de nervosismo.
- Como sabe? - questionei, franzindo o cenho.
- Porque...
- Diga logo, Anne.
- Porque foi Arthur quem ele encontrou. Nick acabou de me ligar dizendo que o irmão levou um chute de um garoto hoje, mas não sabíamos que ele estava aqui e acho que Nick ainda não sabe.
Eu não sabia o que dizer, nem o que fazer, eu só queria fazer como Brendon, dar um chute em alguém e finalizar a história. Mas eu não podia, não podia fugir do meu passado, não mais.
- Você contou para ele que eu estava aqui?
- Claro que não - respondeu Anne parecendo ofendida - eu nunca faria isso e nem Nick. E se Arthur estivesse aqui por causa de você, teria vindo direto aqui e não estaria andando por ai em uma loja.
Ela tinha um ponto e isso me tranquilizou um pouco, mas não o suficiente.
- Brendon já viu Arthur? - Anne perguntou com cautela.
- Eu mostrei uma foto dele - respondi - não consegui engana-lo inventando uma história de que ele morreu ou nos abandonou. Eu disse que eu fui embora e nunca mais o vi. Brendon ficou chateado comigo por um tempo, mas depois apenas aceitou os fatos. E agora ele está aqui, quais as chances?
- Jogue na loteria, minha amiga - ela disse e ficamos nós duas olhando para o nada.
- O que vamos fazer? A sorte é que provavelmente ele não o viu direito ou teria desconfiado, são iguaizinhos.
- Você não está ajudando - resmunguei.
- Desculpe.
Depois de um longo tempo de silêncio e nervosismo, dei de ombros.
- Talvez seja apenas uma coincidência - tentei pensar positivamente.
- É, mas saberá somente se perguntar para Brendon - minha amiga respondeu, colocando uma mão no meu ombro em sinal de conforto.
- É o que irei fazer - mordisquei o lábio e continuei no mesmo lugar - mas tenho medo de descobrir que não estamos enganadas.
- Precisa parar de correr, Lidy - disse Anne - você sempre foi muito corajosa, já passou por muitas coisas e sobreviveu, pode passar por mais essa.
Com suas palavras rondando em minha cabeça, me levantei do sofá e me direcionei até o quarto do meu filho. Abri a porta com cautela e Brendon estava deitado na cama, os olhinhos vermelhos do choro. O garoto se afastou e sentou-se na cama, olhando fixamente para as mãos. Me sentei ao seu lado e esperei até que ele estivesse pronto para se abrir comigo, me dizer se o que eu mais temia era certo.
- Era o papai - o menino murmurou sem me encarar.
Senti o sangue esvair das minhas veias, mesmo depois de tanto tempo dizendo para mim mesma que eu ficaria bem independente da resposta de Brendon. Eu estava enganada, não estava preparada para ver Arthur novamente. Entretanto, após horas aconchegando meu filho no peito e o convencendo de que o pai não o odiava e que o perdoaria por ter chutado sua canela, estava tentando relaxar na banheira e pensando. Brendon me fez prometer de que eu iria apresenta-lo ao pai agora que ele havia reaparecido e não pude dizer não.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...