Rodeei seu pescoço com os braços e nada mais existia quando Arthur Sullivan estava me beijando. Entretanto, o beijo terminou como havia começado, rápido demais para meu gosto. Os olhos azuis que me encaram estavam brilhando e um sorriso irritantemente sardônico estava na boca bonita.
- Se o jeito que desmanchou em meus braços for uma indicação - disse com a voz baixa e rouca, causando arrepios na minha espinha - acho que você não me odeia - e com isso, ele se virou e entrou no banheiro.
- Bastardo - gritei com raiva.
Sentei-me na cama e queria chorar, queria me impedir de sentir qualquer coisa por esse homem. Porém, não conseguia parar de querê-lo e me xinguei internamente quando peguei o paletó sobre a cama e levei ao nariz, sentindo o cheiro incrível do meu marido. Meu marido. As palavras pareciam mel na minha língua. Eu tinha que conquistar esse homem, tinha que me redimir pelo meu erro; quando paro para pensar, vejo o quanto fui egoísta e impulsiva ao tirar cinco anos de Brendon do próprio pai, mas naquela época, pareceu ser a solução mais viável. E naquele momento, ali sentada sozinha na cama, decidi que eu não deixaria meu futuro ao acaso, eu iria atrás do que eu queria e eu queria Arthur.
A porta do banheiro se abriu, tirando-me dos devaneios que nublavam minha mente e o homem mais bonito que eu já havia visto saiu de dentro; Arthur estava com uma toalha ao redor da cintura, gotas do cabelo molhado caíam em suas costas largas e no tórax esculpido enquanto ele tentava seca-lo com uma outra toalha e os pés estavam descalços. Ele era a perfeição personificada, um deus com o corpo perfeito. E agora, o observando enquanto ele caminhava até a mala, eu estava ainda mais decidida, eu colocaria meu plano conquistando o senhor Sullivan em vigor o mais rápido possível.
Então, desviando o olhar, fui tomar banho. Saímos para jantar, conversamos apenas quando era necessário e aquilo estava me deixando nervosa.
- Vamos continuar assim até quando? - perguntei quando chegamos ao quarto novamente. Arthur não respondeu enquanto desatava o nó da gravata - Arthur - bradei e ele se virou para me encarar.
- Não pode me culpar por estar agindo assim - falou calmamente e começou a desabotoar a camisa.
- Não pode ficar bravo comigo para sempre - resmunguei - e não pode me culpar pelo que fiz.
- Não posso? - perguntou, rindo sem humor.
- Você deixou claro que não queria responsabilidades.
- Mas não fugiria de uma desse tipo, deveria me conhecer melhor.
- Esse é o problema, eu nem o conhecia - falei, furiosa - caso contrário, nunca teria me envolvido com você.
- Sério? E por quê? - ele estava perigosamente perto agora.
- Porque você não é o tipo de cara para casar - resmunguei - e olha que ironia.
- E que tipo de cara eu sou?
- O tipo que não sabe o que é dormir com a mesma garota mais de uma vez, não sabe o que significa ter um relacionamento - cuspi - o tipo que a gente fica antes de conhecer o cara certo.
Ele me olhou fundo nos olhos e eu sabia que tinha ido longe demais; eu estava decidida a começar hoje o meu plano de conquista, mas Arthur conseguia me tirar do sério. Art se direcionou para a mala e não me proporcionou nenhum olhar o resto da noite e mesmo que ele estivesse na mesma cama que eu, nunca tinha me sentido tão sozinha. Eu ia mudar essa situação logo pela manhã, apenas tinha que aprender a lidar com o temperamento do homem Sullivan e com o meu próprio, tinha que ter jogo de cintura para aprender a lidar com Arthur.
⚈⚈⚈⚈
A noite foi turbulenta, cheia de sonhos e inquietações. Acordei no meio da noite, a respiração ofegante e a testa úmida de suor, mas me acalmei rapidamente; notei que os travesseiros que eu havia colocado entre Arthur e eu no momento da raiva, estavam espalhados no chão e eu estava escarranchada no corpo forte do homem que agora era meu marido. Minha cabeça estava em seu ombro, meu braço rodeando seu tórax e uma das minhas pernas estava entre as coxas musculosas. Por mais que eu não quisesse, estava me sentindo segura e confortável enroscada nele, seu braço rodeando minha cintura e foi desse jeito que eu dormi novamente, agora sem nenhuma interrupção.
Quando a manhã surgiu, eu estava sozinha na cama. Me sentei no colchão, bocejei e me espreguicei, joguei as cobertas para o lado e empurrei minhas pernas para a beirada da cama. Fiquei sentada ali durante um tempo, em seguida, caminhei até a sacada e me inclinei, pairando sobre a beirada, encostando meus braços no frio metal. O dia já havia amanhecido há algum tempo na Alemanha e os carros passavam apressados pelas estradas. Ouvi a porta do quarto se abrindo e voltei para dentro, encontrando Arthur maravilhosamente vestido com uma camiseta azul que combinava com seus olhos e um jeans que lhe caía pelo quadril estreito e se ajustava em seu traseiro incrível.
- Apresse-se, vamos pegar um avião em poucas horas - disse com a voz impassível sem me dar uma segunda olhada e dirigiu-se para o cômodo contíguo, voltando em seguida com uma caneca de café - acabaram de trazer o café da manhã - informou, sentou-se na cama e ligou a televisão.
Entrei no banheiro, fiz minhas necessidades, tomei banho e me enxuguei; estava enrolando meu corpo na toalha, mas parei e mordi o lábio tentando não sorrir para o que eu estava prestes a fazer. Missão conquistar Arthur Sullivan estava em ação. Deixei a toalha pendurada para que pudesse secar, soltei meus cabelos molhados, balançando-os um pouco e abri a porta. Arthur ainda estava sentado assistindo televisão e não desviou o olhar da tela quando a madeira foi escancarada; passei a língua em meus lábios repentinamente secos e andei para fora do cômodo em toda a glória que eu havia nascido.
Caminhei até a área útil e fiquei surpresa com a mesa posta, haviam ovos, torradas, bolos, suco, café e uma cesta de frutas. Peguei uma pera e voltei para o quarto, encontrando o olhar de Arthur preso em mim, seus olhos brilhavam e suas mãos estavam fechadas em punho como se ele estivesse tentando se controlar; me inclinei para pegar um conjunto de lingerie de renda preta, um vestido leve e joguei tudo em cima da cama, começando a me vestir ali mesmo.
Primeiramente, coloquei a pequena calcinha, passando-a pelas minhas pernas lentamente e subindo, mexendo os quadris como se estivesse vestindo uma calça apertada ao invés de uma peça que se encaixava facilmente; em seguida, passei os braços pelas alças do sutiã e olhei para Art, que havia deixado a televisão esquecida e agora eu era seu foco, rodeei a cama e parei na sua frente.
- Pode me ajudar? - perguntei, virando-me de costas. Arthur segurou ambos os lados e ajustou o fecho, seus longos dedos acariciando brevemente a pele da minhas costas, fazendo-me pegar fogo.
- Por que está fazendo isso? - perguntou, pigarreando, sua voz tensa e rouca. Como esse homem conseguia ser tão sexy?
- Fazendo o quê? - ele não respondeu e eu virei meu rosto para vê-lo - oh, isso? Agora eu sou sua esposa, não preciso ficar me preocupando com pudores.
Quando fui me afastar, uma mão rodeou meu punho. Arthur ficou me encarando durante algum tempo, como se estivesse pensando no que fazer. Beije-me, eu implorava e soltei a respiração que estava segurando, desapontada, quando sua mão se abriu e eu pude caminhar para longe, entrando em meu vestido e calçando uma rasteirinha. Assim que tomei o café da manhã, nós pegamos nossas coisas e fomos para o aeroporto e logo estávamos a caminho de Florença, Itália.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomansaSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...