Capítulo 39

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Lá estava eu, sentada naquela aterrorizante cadeira de hospital, esperando que meu nome fosse chamado. Depois da conversa que tive com Arthur, fui a um outro médico e, para meu desespero, o resultado foi o mesmo. Então, prometi para meu marido que faria a cirurgia e ali estava eu, com Arthur, Gabriel, Anne e Nick ao meu lado, minha perna subindo e descendo sem que eu conseguisse me conter. Arthur colocou a mão no meu joelho e virei meu rosto em sua direção, encontrando seus lindos olhos cor de topázio. 

- Vai ficar tudo bem - assegurou, se inclinou para me dar um beijo casto nos lábios e me puxou pelos ombros para ficar perto dele.

- Lídia Prescot - meu nome foi chamado e meu sangue congelou, um frio repentino subindo até minha cabeça, deixando-me momentaneamente tonta. Me ergui, Arthur também logo em seguida e olhei para cada um que estava ali. Todos me deram um abraço em grupo e disseram palavras otimistas. Eu e Arthur seguimos a enfermeira por um longo corredor e paramos em uma porta. 

- Terá que sentar-se aqui, senhor - disse, apontando para algumas cadeiras em uma segunda sala de espera - não pode entrar na sala de cirurgia. 

- Não, não - entrei em pânico e meu marido me segurou pelos ombros, me fazendo encara-lo.

- Ei, olhe para mim, querida - ergui o rosto, lágrimas começando a escapulir dos meus olhos - vai dar tudo certo, eu estarei aqui pertinho de você. 

- Eu te amo, Arthur, amo tanto - dei-lhe um abraço apertado e ele retribuiu.

- Eu te amo, süsse - ele sussurrou no meu ouvido - nos veremos em breve. 

Me afastei dele e entrei na sala, relutantemente. 

- Você pode tirar suas roupas e deitar-se - a mulher apontou para a mesa cirúrgica e sorriu. Me despi, ela me entregou uma espécie de camisola de hospital que cobria apenas a frente do meu corpo e eu me deitei. O médico entrou na sala alguns minutos depois e se aproximou de onde eu estava. 

- Boa tarde, Lídia.

- Boa tarde, doutor.

- O anestesista virá logo e então podemos começar, tudo bem? - perguntou e eu apenas assenti - não precisa ficar nervosa, ficará tudo bem - e eu queria acreditar naquilo. Ele abriu a porta para sair e encontrou a enfermeira - Voltarei daqui alguns instantes - disse com uma voz cansada para a mulher. 

- Está tudo bem? - ela perguntou, preocupada. A porta foi fechada e as vozes abafadas, mas ainda consegui ouvir.

- Houveram complicações na cirurgia do senhor Thomas - e então um silêncio - nós o perdemos. Estou indo informar para a família.

Ai meu Deus, ai meu Deus. Eu não posso fazer isso. Eu estava tremendo como uma vara verde quando tentei me sentar e em seguida me colocar de pé, me vesti o mais rápido que pude e estava terminando de abotoar a calça quando a enfermeira entrou.

- O que está fazendo, senhorita? - perguntou, confusa.

- Eu não posso fazer isso - eu chorava, desespero se agarrando a mim completamente - não consigo, sinto muito. 

- Acalme-se... - ela começou, mas eu já estava correndo dali. 

- Lídia - ouvi meu nome ser chamado, mas não olhei para trás enquanto atravessava as portas duplas. Mais vozes gritavam meu nome enquanto eu corria sem rumo, lágrimas embaçavam minha visão, uma dor na área das minhas costelas começou a incomodar e eu forcei minhas pernas a continuarem. Vaguei pela cidade, tomando vários ônibus e me afastando o máximo que consegui daquele lugar e de todos. 

Voltei para casa apenas quando já estava escuro. Eu já havia chorado tudo que podia e controlado os meus nervos. Olhei em meu relógio e passava das 22:30 quando passei pelo portão, estive fora por pelo menos sete horas e eu precisava disso. Quando abri a porta da frente, encontrei vários pares de olhos me encarando. Gabe, Anne, Nick, minha mãe e Brend. Brendon deu um pulo do colo da minha mãe e me abraçou pela cintura.

ღ Conquistando um SullivanWhere stories live. Discover now