Capítulo 5

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No dia seguinte, após uma noite mal dormida, eu estava deitada na cama às 06:00 a.m., com meu celular na mão e um número chamando. 

- Alô? - a voz sonolenta atendeu irritado - pare de me ligar. 

Lembrei-me que na noite anterior disquei seu número pelo menos três vezes, mas não consegui dizer nada. 

- Arthur - minha voz saiu tão baixa que eu não sabia se realmente havia dito algo ou se era coisa da minha cabeça.

- Lídia? - ele falou, sua voz mais desperta - esse celular é seu?

- Sim - respondi e limpei a garganta em nervosismo - podemos nos encontrar daqui meia hora na porta do restaurante onde nos vimos ontem?

- Aconteceu alguma coisa? - questionou, preocupado.

- Eu preciso mostrar-lhe algo.

- Tudo bem, nos vemos daqui meia hora - respondeu e desligamos.

Quando cheguei ao lugar marcado, Arthur já estava lá, escorado em seu carro esporte, algo raro de se ver por aqui.

- Está tudo bem? - ele perguntou, cauteloso.

- Podemos ir até minha casa? - ele assentiu e nos direcionamos até lá. 

Cada segundo em que nos aproximávamos de casa, me deixava mais tensa, era como se pudesse sentir meu pulso nos ouvidos. 

- É aqui - apontei e ele estacionou.

Entramos e tudo estava em total silêncio, o que significava que ninguém havia acordado ainda e me deixava tempo de prepara-lo para o que estava por vir. 

- Está me deixando apreensivo - ele falou e se sentou na cadeira da cozinha que eu havia apontado - em um momento diz que não quer me ver e no outro está me ligando. Mudou de ideia, foi? - perguntou sorrindo e com uma sobrancelha arqueada.

- Você quer café? - questionei, mudando de assunto e ele assentiu - na verdade, eu tenho algo para lhe dizer, Arthur. 

- E é algo tão sério assim?

- Bem, eu não sei como você vai reagir e...

- Já sei, você vai se casar - ele fez uma careta e eu suspirei, ele não estava tornando as coisas mais fáceis.

- Não é isso, é que... - a coragem que estava sentindo hoje de manhã esvaiu do meu sistema e eu fiquei muda. Estava ocupada com o café que não percebi quando Arthur se levantou e caminhou até a sala, olhando em volta e tomando seu tempo para observar as fotos nos porta-retratos sobre a mesinha de centro e nas paredes. 

- Como conseguiu essa foto? - perguntou e quando me virei, chupei uma respiração. Arthur estava olhando para uma foto de Brendon quando tinha dois anos, um lindo bebê de cabelos loiros e olhos azuis expressivos - espera - ele resmungou e comprimiu os olhos, forçando a vista para olhar melhor. Por que os filhos que tentamos esconder eram tão parecidos com os pais, tornando tal ato impossível? - quem é esse menino? - perguntou. 

Mordi o lábio e me virei para colocar o café em uma garrafa, me dando uma chance de inventar uma desculpa, não podia dizer: bem, esse menino ai? Ah, ele é seu filho que veio no meu ventre quando vim embora e o escondi de você durante cinco anos se contarmos os meses de gravidez. 

- É um sobrinho - falei - puxou os olhos do meu irmão e os cabelos loiros da mãe. 

- E seu irmão mora aqui? - sua voz soou tão perto que me fez pular.

- N-não - eu queria me chutar por ter titubeado - ele... - comecei mas fui interrompida.

- Ele me parece muito familiar e não apenas por ele ter me chutado em uma loja. 

ღ Conquistando um SullivanWhere stories live. Discover now