- O que estava pensando? - perguntou Arthur, exasperado, assim que entramos no quarto.
- Não sei do que está falando - tentei soar calma e me afastar dele, aproveitando que estava na frente, entretanto, uma mão veio até meu cotovelo e me virou bruscamente.
- Não se faça de idiota - rosnou, seu rosto vermelho de fúria - estava dando mole para aquele cara.
- Eu? - perguntei, arregalando os olhos - foi ele quem passou a mão em mim.
- E você permitiu - gritou, desatando o nó de sua gravata e a jogando sobre a cama, furiosamente.
- Tentei me afastar assim que ele o fez - me defendi - o que queria que eu fizesse? Um escândalo no salão lotado?
- Sim, era o que eu teria feito.
- Mas você é um troglodita, você estava pronto para bater nele.
- Bem, fui criado com mais sete irmãos, é o que sabemos fazer para resolver as coisas - resmungou e virou-se para mim, os olhos brilhando - antes de nos casarmos disse que honraria meus votos, mas realmente espero que faça o mesmo, Lídia.
- Está insinuando...
- Entenda como quiser - agora ele estava frio e indiferente, enquanto colocava seu terno pendurado na cabeceira de uma cadeira. Aquilo fez meu sangue subir e antes que pudesse pensar, já estava gritando.
- Não tenho culpa se você se sente ameaçado.
- Ameaçado? - me olhou, arqueando uma sobrancelha.
- Que eu procure alguém para fazer o serviço que você não consegue - cuspi as palavras e entrei no banheiro pisando duro.
Arthur era um cabeça dura irritante. Grunhi, xingando Arthur e todos os homens como ele dos vários nomes feios que consegui me lembrar. No momento da raiva havia me esquecido de trancar a porta e ela se escancarou de repente, me fazendo pular e soltar um gritinho agudo de susto. Um Arthur desorientado e soltando fogo pelas ventas irrompeu, vasculhando o amplo lugar a minha procura; quando seus olhos azuis pousaram em mim perto da pia, ele caminhou a passos largos, me segurou pelos braços e me prensou na parede.
- O que foi que você disse? - perguntou, perigosamente baixo. Me encolhi imperceptivelmente, mas logo me recompus, erguendo o queixo.
- Você me ouviu - respondi.
- Quero que repita - disse e quando não fiz menção de abrir a boca, ele me balançou e rosnou - repita.
- Você se sente ameaçado - falei devagar para bom entendimento - que eu procure alguém para fazer o serviço que você não consegue.
- Mulherzinha petulante - falou antes de grudar sua boca na minha.
Não era um beijo cheio de ternura e paixão, era agressivo e possessivo, como se estivéssemos disputando pelo poder, oh, mas era delicioso. Seus lábios estavam quentes sobre os meus e sua língua era um convite para o puro prazer, seus braços eram como barras de ferro ao redor da minha cintura, indicando que eu não iria a lugar nenhum. Arthur me ergueu do chão, de modo que instintivamente enrosquei minhas pernas em sua cintura, e caminhou para fora do cômodo. Ele me jogou na cama e me encarou com um olhar raivoso.
- Vou lhe mostrar o que posso conseguir - rosnou e veio para cima de mim.
Seus beijos eram como o paraíso, suas mãos serpenteando pelo meu corpo estavam me deixando maluca e apesar de querer dizer não e afasta-lo, eu simplesmente não conseguia. Afinal, não era esse o plano desde o início, seduzir Arthur? Então, que se dane. Puxei ele para mais perto e rodeei seu pescoço com os braços, entregando-me totalmente a ele. Interrompemos o beijo quando estava ficando difícil respirar, mas sua boca não parou, continuou pela minha mandíbula, descendo para uma parte sensível atrás da orelha e mordiscou meu pescoço e clavícula; suas mãos habilidosas fizeram sua mágica e logo meu vestido estava fora de mim, descartado para o lado.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...