Deixei que a água lavasse qualquer pensamento, qualquer sentimento, enfim, qualquer coisa que estivesse no meu corpo, me ensaboei com um sabonete com cheiro das flores mais perfumadas que já havia sentido e saí, encontrando o cômodo vazio. Arthur estava inclinado sobre a grade da varanda, uma toalha enrolada na cintura, os músculos das costas largas contraídos; ele virou o rosto como se sentisse minha presença e engoli em seco por ter sido pega. Ele se virou e começou a caminhar em minha direção e por mais que eu quisesse me mover, minhas pernas pareciam chumbo.
Arthur parou na minha frente, encarando-me, antes de erguer uma mão e tocar meu rosto com as costas da mão, tão levemente como uma pluma. Ele deu um passo mais perto, eu recuei e assim fizemos até que a parte de trás dos meus joelhos tocassem a beirada da cama; Arthur me deu um empurrãozinho e me sentei no colchão, para logo deitar. O corpo grande de Arthur cobriu o meu, apoiando-se com as mãos no colchão dos lados da minha cabeça e desceu os lábios até os meus. O beijo ficou mais intenso, mais rápido e exigente, sua língua invadindo minha boca de uma maneira deliciosa e não pude deixar de rodear meus braços em seu pescoço.
Arthur subiu na cama e me puxou até que estivéssemos no meio dela, sem deixar de me beijar. Nossas toalhas não demoraram para ser uma barreira incômoda, as jogamos de lado e sem mais delongas, o homem sobre mim me tocou entre as pernas, vendo que eu estava pronta para ele e gemi quando ele me penetrou. Diferentemente de ontem, não era algo selvagem e grosseiro, como se ele estivesse batendo em mim e me punindo; era suave, lento, como se não houvesse mais nada do lado de fora desse quarto e não precisássemos ter pressa. Ele me beijou novamente e eu podia sentir seu gosto misturado com menta.
De repente, ele se virou e eu estava sentada em cima dele.
- Arthur - ronronei e fechei os olhos, sentindo ele ainda mais profundo dentro de mim.
- Me monte, Lidy - eu quase chorei ao ouvi-lo murmurar meu apelido, sua voz embargada pelo prazer e luxúria.
E foi o que eu fiz, eu o montei, subindo e descendo sobre ele; o suor descia da minha testa pelo meu pescoço e então para o vale entre meus seios. Senti uma onda elétrica surgir da minha cabeça até os dedos dos meus pés, mordi o lábio inferior tentando segurar um grito.
- Venha - ele murmurou - venha agora.
E eu obedeci. Soltei um gritinho agudo quando um orgasmo devastador me arrebatou, sendo seguida de perto por ele, e desabei em cima de Arthur. Assim que nossas respirações se estabilizaram, tomamos um banho (sem malícia), nos vestimos e descemos para tomar um café da manhã caprichado antes de irmos conhecer alguns pontos da bela Florença. Já havia escurecido quando voltamos para o hotel e eu estava deslumbrada por tudo que Arthur havia me mostrado hoje; cada canto de Florença parecia ter sido construído pelo mais ilustre arquiteto.
Conhecemos a inúmeras basílicas que compunham a cidade, um museu repleto de obras de pintores famosos como Michelangelo, as piazzas e não resisti jogar uma moeda dentro da fontana que encontramos. Arthur realmente parecia o homem que eu havia conhecido, bem-humorado, despojado e debochado, como se ele fosse o rei do mundo e não precisasse se preocupar com nada. Aí está ele, o verdadeiro Arthur Sullivan, com certeza fazia mais o tipo dele. Paramos em uma linda praça perto do centro da cidade e era um encanto. As árvores espalhadas pelo lugar proporcionavam deliciosas sombras, a grama estava baixa e macia, pássaros gorjeavam, cantarolando suas canções costumeiras e molhando seus bicos nas fontes ou bebedouros.
Crianças corriam enquanto empinavam pipas ou brincavam com seus cachorros, em um canto uma mulher lia distraidamente sentada em um banco, ignorando o olhar efusivo que um homem de cabelos avermelhados lançava em sua direção, furtiva e discretamente. Arthur andava ao meu lado, também reparando em tudo o que havia ao redor, as mãos enfiadas nos bolsos da frente de sua calça jeans. Uma loira de cabelos curtos e grandes olhos verdes caminhava em nossa direção empurrando um carrinho de bebê; Arthur sorriu, fazendo a mulher parar, dando-lhe a oportunidade de brincar com a criança.
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ღ Conquistando um Sullivan
Roman d'amourSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...