- Quanta falta você faz - ela murmurou e se afastou.
- Nem me fale - respondi e olhei para a linda garota de cabelos escuros e olhos claros que sorria amplamente - e essa princesa - abri os braços e Vic veio até mim, embrulhando seus braços ao meu redor.
- Madrinha - ela disse. Quando fui embora da cidade grande, Vic tinha apenas três anos e era, juntamente com a filha do irmão mais velho, Caleb, as preciosas entre o clã de homens Sullivan. Desde que éramos novas, tínhamos feito um juramento de que seríamos madrinhas do primeiro filho de cada uma e cumprimos o que juramos - como você está grande. Quantos anos já tem?
- Oito - ela disse, passando por mim e entrando na casa.
- Estamos ficando velhas - resmunguei, fazendo careta e fechando a porta.
- Diga por você, ainda estou na flor da idade - Anne respondeu e riu.
- Eu sou mais nova que você - bati meu ombro no dela e rimos - vem, vamos tomar café da manhã.
Estávamos comendo e conversando, revivendo vários momentos divertidos que passamos juntas quando ainda éramos livres e desimpedidas. Nos calamos quando ouvimos passos vindo dos degraus e um garotinho sonolento apareceu, vestindo um pijama de carros.
- Mamãe - sua voz era apenas um muxoxo, mas o sono pareceu desaparecer assim que avistou nossa convidada - madrinha.
Brendon correu para os braços de Anne e deu-lhe um apertado abraço.
- Mas está bonito demais - ela falou e deu-lhe um beijo na bochecha.
- Obrigado - respondeu sorrindo e logo saiu dali para brincar com Vic.
- Ele é a cópia escrita do pai - Anne disse e eu suspirei.
- Eu sei - respondi e fiquei mexendo o café na minha frente com uma colher.
- Até quando vai continuar com isso? Nunca vai deixa-lo saber que tem um filho? Já se passaram cinco anos, Lídia, ele não é mais o mesmo.
- Diga-me quantos relacionamentos sérios ele já teve - perguntei, fixando meu olhar na minha amiga. Ela mordeu o lábio e percebeu que eu tinha um ponto, mas mesmo assim tentou converter a situação do cunhado.
- Nenhum, mas as coisas podem ser diferentes com você. Por que não tenta conquista-lo ao invés de ficar se escondendo, sempre temendo que ele apareça?
- Eu não quero e não posso me machucar de novo, Anne, entenda isso - soltei um suspiro e fechei os olhos por um momento - vamos apenas mudar de assunto. Com relutância, Anne acabou assentindo e a conversa voltou a fluir novamente. Depois de arrumar a cozinha, mostrei suas acomodações e as de Vic.
- Onde está Nick? - questionei quando saímos para caminhar pela cidade; Victória ia logo mais à frente com uma mão na de Brendon.
- Está um tumulto na empresa e não podia deixar Arthur sozinho no momento - falou e eu senti meu coração pular no meu peito apenas por ouvir o seu nome. Nicholas havia abandonado a vida de acompanhante desde que pediu Anne em casamento e foi trabalhar com Arthur, que era o CEO de uma empresa multimilionária. Apesar da fama da empresa e do proprietário, raramente via reportagens de Art acompanhado e quando acontecia era por belas mulheres, altas, magras e perfeitas.
Sentia um mal estar quando encontrava com tais artigos e não conseguia evitar o pensamento de que seria impossível competir com as beldades que viviam penduradas em seus braços e também que Arthur era bonito demais para seu próprio bem e para minha saúde mental.
- Está tudo bem? - Anne perguntou ao meu lado, nublando meus pensamentos.
- Claro - respondi e forcei um sorriso amarelo. O dia transcorreu tranquilamente, nos divertimos e percebi o quanto sentia falta de Anne. Sempre fomos muito unidas e eu sentia muito por certos fatos terem nos afastado. E quanto mais os dias se passavam, mais eu queria que aqueles dias durassem eternamente.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...