- Bem - começou, seus ombros relaxando e ele encostou no sofá - o aniversário de Anne está chegando e eu estou há dias planejando uma festa surpresa para ela.
- Caralho - escapou dos meus lábios ao mesmo tempo em que eu ficava aliviada e irada - por que diabos não me pediu ajuda?
- Porque vocês são tão amigas e...
- Ao diabo você, Nick - soquei seu braço - eu não iria contar nada para ela, nem para ninguém.
- Me desculpe, não queria que tivesse algo a esconder dela - falou, sorrindo genuinamente - já basta ela estar desconfiada de mim.
- Dane-se, isso não é desculpa.
- Não pensei que iria ficar tão chateada - ele continuava rindo.
- Claro que sim, ela é minha melhor amiga e quero fazer algo por ela também, senhor autossuficiente.
- Tudo bem, não me sacrifique - Nick ergueu as mãos em sinal de rendição - ainda tenho algumas coisas para organizar e sua ajuda seria bem-vinda.
Depois que a minha zanga por ter ficado de fora passou, nós conversamos, ele me disse o que eu precisava fazer e eu sai dali maravilhada. Ele realmente a amava e eu sabia que Anne iria adorar o que ele estava planejando, essa festa ficaria perfeita. Caramba, e com tanta coisa nova junto acontecendo em minha vida, eu tinha me esquecido que o aniversário dela estava chegando. Que droga de amiga eu sou? Eu tinha que comprar o presente perfeito para compensar isso. Saindo da empresa, fui direto para o trabalho e encontrei Marília na porta.
- Bom dia, raio de sol - ela me cumprimentou alegremente.
- Bom dia, flor do dia - respondi e dei-lhe um beijo em cada bochecha. Apesar de todas as implicâncias que eu tinha que aguentar dos clientes, os vários não me toques e narizes empinados, não havia nenhum outro lugar no mundo para trabalhar que eu me sentisse tão à vontade, como se ali fosse minha própria casa e aqueles minha família.
- Parece feliz hoje - ela disse e bufou - com um marido como o seu para esquentar a cama todas as noites, quem não estaria feliz? - eu bati meu ombro no dela e rindo, entrei no restaurante. Era quarta-feira e eu não sabia o porquê, mas era o dia mais tranquilo ali naquele lugar.
- Olha quem apareceu novamente - a garota nova, que depois descobri que todos a chamavam de Ju, disse e apontou com a cabeça para a porta. Beatriz Morrison havia acabado de entrar e já seguia o garçom que lhe direcionava à uma mesa. Olhei para Ju, que vinha de Julieta (eu nunca havia conhecido outra Julieta, a não ser a Capuleto e eu nem a havia conhecido de verdade, tecnicamente isso seria impossível).
- Ela vem sempre aqui? - questionei e ela arqueou uma sobrancelha - oh, esqueça - a pergunta havia saído por impulso e a garota não saberia a resposta.
- Só sei que ela continua te olhando, te avaliando - sussurrou.
- Bem, vou me aproximar e dar-lhe uma visão privilegiada - pisquei, peguei meu bloco e caminhei em sua direção. Quando alcancei sua mesa, peguei a caneta de dentro do bolso da camisa que usava e lhe proporcionei um brilhante sorriso.
- Boa tarde, posso anotar seu pedido?
A mulher separou os olhos do cardápio e seus lábios se tornaram uma linha enquanto ela me avaliava. Vamos lá, aquilo já estava dando nos nervos. Ela me olhou de cima a baixo e vice-versa e eu estava lutando para não perder a paciência, afinal, ela era uma cliente.
- O que é que você tem? - ela perguntou baixo.
- Bem, todos os nossos pratos estão no cardápio - respondi, como se aquilo não fosse óbvio o suficiente. Alôô, qual a função de um menu mesmo?
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ღ Conquistando um Sullivan
RomansaSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...