ღ Conquistando um Sullivan

Capítulo 33

- Não fale nada com Arthur também - murmurei antes de realmente me afastar e voltar para o meio da multidão. Peguei a minha segunda e última taça e vi quando um homem alto e loiro se encaminhava até mim. 

- Estava te procurando - Art enlaçou minha cintura e depositou um beijo na minha bochecha - onde estava?

- Observando a paisagem - dei de ombros - não sabia que você cantava ou tocava. 

- Apenas arranho algumas notas.

- Está sendo modesto - murmurei e eu não estava conseguindo agir como se nada tivesse acontecido - você é feliz, Arthur? - ele me olhou, confusão estampada em seu rosto. 

- Claro que sim, por que a pergunta? - falou e sem responder, mandei a outra que estava me matando.

- Você me ama, Arthur? 

A ansiedade estava me sufocando e quando a única resposta que tive foi seu silêncio, eu já sabia. Me afastei dali rapidamente, passando por algumas pessoas e correndo para uma pequena cabana onde a noiva havia ficado antes de sair para o altar. As lágrimas estavam nublando minha visão e eu tive que me sentar para conseguir ar para meus pulmões; a porta que havia acabado de se fechar, foi aberta novamente e Arthur entrou apressado. 

- Lídia - ele chamou, mas eu não conseguia encara-lo. 

- Não precisa dizer nada - resmunguei, limpando meu rosto - você está comigo apenas por causa de Brendon, não é? 

- Sabe que não é assim - ele disse e deu um passo para se aproximar.

- Não - gritei, parando-o - eu não sei de nada, Arthur. Eu não sabia que você cantava, não sabia que você tocava, não sabia que tinha uma namorada de quatro anos. Eu não sei nada sobre você - ele me encarou como se eu tivesse o esbofeteado.

- Como soube?

- Eu tive o prazer de conhece-la e ela jogou tudo isso na minha cara. Bonita, rica e bem sucedida, deveria ter se casado com ela.

- Eu me casei com você - ele gritou.

- Por honra ou seja lá o que for, por causa de Brendon.

- Não é assim. Eu gosto de você, Lídia, mas...

- Não me ama - eu o cortei, sentindo um caroço na minha garganta - saia daqui - sussurrei, olhando fundo em seus olhos. 

- Eu não sei, tudo bem? Eu estava louco por você e você foi embora. Me deixou, sem nenhuma pista de onde estava, sabe como eu fiquei? 

- Você não estava apaixonado por mim, você terminou comigo. 

- Eu disse que estava confuso, não terminei. Prezava minha liberdade, tinha vinte e cinco anos, mas sentia coisas por você que nunca havia sentido antes por ninguém e quando percebi que queria você comigo, você já tinha ido embora. Não me deu nenhuma chance de dizer qualquer coisa que seja. 

- Eu tomei aquilo como um término, eu não queria me machucar - eu chorava.

- Ao invés disso, machucou a mim - falou em voz baixa - eu fiquei esperando você voltar durante um tempo muito longo e quando isso não aconteceu, eu protegi meu coração.

- Mas você a ama - afirmei.

- Não, eu gostava muito dela e éramos bons um com o outro, eu podia confiar nela, mas não sei se a amava. 

- E eu não sou confiável? - perguntei e ele me deu um sorriso triste.

- Não sei.

- Isso não vai dar certo, nós dois - murmurei, olhando para o chão - talvez eu deva me mudar, ainda continuaria morando em Nova Iorque, mas...