Uma voz feminina soou pelos alto-falantes anunciando o embarque imediato do nosso voo, nos encaminhamos até o portão de embarque e logo estávamos entrando no avião.
- Bom dia - a voz melodiosa da aeromoça podia ser ouvida por cada passageiro que passava pela pequena porta.
Acreditem, nunca vão conhecer ninguém mais simpática do que uma aeromoça, sempre tendo que manter um sorriso no rosto, independente do seu estado emocional. Entretanto, não gostei do olhar que a mulher deu para Arthur quando ele entrou; ele estava na minha frente, a moça o cumprimentou, seus olhos brilhando e o acompanhou por um breve segundo enquanto ele se afastava, antes de se virar para mim.
- Se ela pudesse flutuar até você como em um desenho animado, ela teria feito - resmunguei, sentando-me ao seu lado. Arthur passou um braço ao redor dos meus ombros e me puxou, dando-me um rápido beijo na boca.
- Está com ciúmes? - sussurrou no meu ouvido, adorando a situação.
- Puff, claro que não - respondi e entrecerrei os olhos - e espero não ter motivos para isso.
- Acredite, não tem.
Nos sentamos em nossas poltronas, Brendon ficou junto com Vic atrás de nós e Nick ficou na do nosso lado com Anne; pela cara de poucos amigos da minha melhor amiga, percebi que ela estava com o mesmo sentimento que eu, nada feliz com a aeromoça. A viagem foi tranquila, dormi uma boa parte do tempo e na outra assisti um filme que estava passando e eu não sabia o nome. Assim como o olhar faminto que a aeromoça proporcionou ao meu marido, os sorrisos e a gentileza exagerada das que vinham perguntar se desejávamos alguma coisa me incomodaram absurdamente. Eu queria soca-las e tirar seus sorrisos falsos e permanentes.
- Preciso ir ao banheiro - sussurrei para Art e me levantei.
Eu odiava ir aos banheiros de aviões, mas a viagem era longa e eu não estava conseguindo segurar mais; fui para o fundo, entrando no cubículo. Pude ouvir quando as aeromoças se aproximaram e começaram a conversar, falavam sobre a mãe de fulano que não largava do pé do filho, tornando-o um bebezão que ela não aguentava mais, em seguida sobre o sobrinho que estava com catapora; conversaram sobre mais algumas coisas que não dei importância e quando estava para abrir a porta, o novo assunto me parou.
- Você viu aquele loiro sentado na poltrona 17 C? - uma delas perguntou e aquela era a poltrona ao lado da minha.
- Sim, que homem - a outra suspirou.
- Seu sorriso poderia fazer qualquer mulher derreter - comentou - e eu não me importaria de derreter totalmente em sua cama.
- Eu tiraria minha calcinha para ele quando quisesse - falou a outra e eu estava sentindo meu sangue ferver - mas a mulher que está ao lado dele está com ele?
- Eu não sei dizer, talvez, mas não vi nenhuma troca de afeto que demonstre que estão em um caso amoroso - tenho certeza que ela acabou de dar de ombros - ele é o tipo de cara que chama a atenção onde quer que passe - depois disso, começaram a falar de Nick também e eu queria soca-las.
Olááá, eu não vou agarra-lo em um lugar pequeno e lotado e não estamos em um caso amoroso, somos casados; entretanto, elas queriam uma demonstração? Então eu daria isso para elas e esperava que parassem de falar do meu marido, caralho. Eu sabia que elas vinham para o fundo para fofocar sobre os outros.
Ouvi os passos das moças se afastando e abri a porta, caminhando rapidamente pelo corredor, segurando nas poltronas; sentei-me ao lado do meu marido e ele desviou os olhos do filme para mim.
- Você demorou - murmurou. Olhei para o corredor, de onde vinha a aeromoça que estava cumprimentando na entrada e me virei para Arthur, apreciando momentaneamente seus maravilhosos olhos azul-topázio me encarando e tomei sua boca na minha. Seus lábios estavam quentes e macios, sua língua uma seda contra a minha, dei-lhe um selinho e me afastei, retribuindo seu sorriso encantador.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...