ARTHUR
- Mamãe - Brendon gritou e pulou do sofá para se ajoelhar perto de Lídia. Me aproximei rapidamente e o puxei para meus braços.
- Vai ficar tudo bem, filho.
- O que foi com ela? - seus olhos ficaram marejados e eu senti meu coração apertar dentro do meu peito.
- Ela apenas não está se sentindo bem e está cansada, vou leva-la para o hospital para o médico lhe passar alguns remédios - dei um beijo na testa do meu filho - fique aqui com a tia Anne, tudo bem?
- Ela vai ficar bem? - perguntou depois de assentir.
- Sim, ela vai - afirmei e caminhei com Lidy para o carro, sentindo os passos de Nick atrás de mim. Coloquei minha mulher no banco de trás com cuidado e entrei no banco do passageiro enquanto Nick entrava no do motorista.
- Você parece um pouco tenso - ele comentou enquanto colocava o carro em marcha.
- Um pouco tenso? - resmunguei e soltei uma risada sem humor, olhando para o banco de trás - ela vai querer meus órgãos internos para o almoço quando acordar.
- Isso é nojento - meu irmão fez uma careta - e está exagerando.
- Exagerando? Eu dopei minha esposa e não sei nem que horas ela vai acordar.
- Só espero que ela não acorde aqui no carro. Já assistiu aquele filme se beber, não case? A parte que eles estão com um tigre sedado e ele acorda dentro do carro, rosnando e tentando pega-los? - Nick desviou o olhar para o retrovisor de cima e olhou para Lídia desacordada - vai ser a mesma coisa se ela recobrar a consciência. Ela vai querer estrangular nós dois, afinal, eu também te ajudei nessa.
- Então temos que ligar para mama e dizer que ela irá perder dois filhos de uma vez.
- Vai ser uma ligação animada.
Chegamos ao hospital, verifiquei o relógio de pulso e estávamos no horário. Um dia depois de Lídia fugir da sala de cirurgia, tive que pensar em algo para ajuda-la e situações desesperadas pedem medidas desesperadas; então, bolei um plano e marquei o dia da cirurgia novamente. Porém, olhando para Lídia nos meus braços, vulnerável e frágil, eu me senti um miserável.
- Não se martirize, irmão - disse Nick, tocando em meu ombro - era a única maneira.
- Ela vai me odiar - murmurei caminhando para a entrada do hospital.
- Poderá acalma-la com o tempo - falou - ela brava com você é uma melhor alternativa do que ela morta.
Apenas aquele pensamento doeu e a culpa que pesava em meus ombros se aliviou um pouco. Andava de um lado para o outro, meus cabelos uma bagunça depois de passar os dedos por eles tantas vezes e Nick apenas me acompanhava com os olhos.
- Você está me deixando nervoso e vai fazer um buraco no chão, Arthur - falou - vai dar tudo certo.
Não respondi, apenas desabei na cadeira ao seu lado e fechei os olhos. Já fazia um longo tempo que Lídia havia sido levada para a sala de cirurgia e a espera estava me levando à loucura. Quando o médico passou pelas portas duplas, me coloquei de pé e me aproximei.
- Senhor Sullivan - ele falou e permaneci calado enquanto esperava que ele continuasse. Dei um suspiro audível quando o homem mais velho sorriu. Significava uma coisa boa, não é? Ninguém sorria quando estava prestes a dar uma notícia ruim - a cirurgia foi um sucesso. Retirei o ovário e a trompa afetados e também tive que fazer uma pequena cirurgia no outro ovário por causa do cisto. Teremos que fazer a quimioterapia e alguns exames para verificar se o câncer não se espalhou. Ela ainda está dormindo por causa da anestesia mas tem a permissão para vê-la.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...