Capítulo 1

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                                                                               PRÓLOGO

Anne, minha melhor amiga, me encarava com uma expressão perplexa e os lábios franzidos em uma linha de descontentamento. 

- Não pode estar falando sério, Lidy - ela disse, passando os dedos em seus fios castanhos. 

- É claro que estou - resmunguei enquanto jogava um punhado de roupas dentro da enorme mala vermelha.

- Ele tem o direito de saber - falou, exasperada, e eu ergui a vista.

- Por favor, prometa que não irá contar - me aproximei dela e a balancei pelos ombros - prometa isso para mim, Anne May. 

- Lídia, ele é o pai e...

- Não me importa - praticamente gritei, virando em meus calcanhares e voltando para minha tarefa anterior - foi ele quem não quis saber de mim, foi ele quem me deixou.

- Ele disse que não sabia se estava pronto para a seriedade que a relação estava tomando e...

- É a mesma coisa, ele estava terminando comigo - interrompi novamente - e como assim ele não estava pronto? Quantos anos ele tem? 15? Encare os fatos, Anne, Arthur não é o tipo que se prende a uma mulher, ele é incontrolável e indomável. 

- E então você vai fugir?

- Não estou fugindo, apenas preciso me afastar dele - suspirei pesadamente - é o melhor para todos. 

- Melhor para todos ou melhor para você? Está privando seu filho de crescer com um pai.

- Arthur deixou bem claro que não quer responsabilidades e é isso que um filho significa - funguei, as lágrimas contidas durante um longo tempo, escapando finalmente - por favor, Anne, prometa. 

- Eu prometo - ela disse, suspirando audivelmente. Eu sabia que minha amiga ficaria ao meu lado, nos conhecíamos desde que eu me entendo por gente; entretanto, sabia que ela estava travando uma briga interna entre contar ou esconder meu segredo de seu cunhado.

                                                              CINCO ANOS DEPOIS

Estava sentada no banco da praça no centro da cidade, esperando Brendon sair da escola, que ficava logo em frente. Eu olhava ao redor, observando as pessoas que passavam e se divertiam como se não houvesse nenhuma preocupação em suas vidas; meus pés se mexiam como se possuíssem vida própria por conta da minha inquietação. Nunca fui uma pessoa de muita paciência e esperar era algo que me deixava extremamente irritada. Os ponteiros do relógio demoravam para mudar suas posições. Mas apesar da irritação, estava me sentindo animada por saber que minha melhor amiga, Anne, viria me fazer uma visita nessa semana.

Há cinco anos, eu fui embora da grande Nova Iorque e me mudei para uma pequena cidade de Wisconsin. Eu estava grávida na época e decidi que era hora de um novo começo; então, eu apenas juntei minhas coisas e parti sem olhar para trás. Agora estava trabalhando em um restaurante e estava indo bem assim.Tenho um lindo filho de quatro anos que é a cara do pai, com seus cabelos claros e olhos azuis, e estava feliz sozinha. Eu conseguia fazer o papel de mãe e pai, não precisava de ninguém para puxar o tapete sob meus pés ou me abandonar quando as coisas estivessem ficando sérias demais. 

As crianças do outro lado da rua começaram a sair correndo da escola, tirando-me dos meus devaneios. Me levantei, atravessei a rua abarrotada de carros e sorri quando encontrei Brendon saindo pela porta, seus olhinhos brilhando e um sorriso faltando um dos dentes da frente, cheio de inocência. 

ღ Conquistando um SullivanWhere stories live. Discover now