Capítulo 18

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Não demorou para que o meio daquele mesmo dia chegasse, trazendo com ele uma tarde insuportavelmente calorenta, nem parecia que tinha chovido à cântaros mais cedo. Vesti um short, uma regata, prendi os cabelos em um coque bagunçado e mantive os pés descalços, apreciando o chão frio sob as solas; Brendon estava tirando seu cochilo da tarde e eu resolvi arrumar a casa. Coloquei meus fones de ouvido em uma altura que conseguiria ouvir o telefone ou o interfone chamando e coloquei mãos à obra. Arthur já havia contratado uma empregada, mas ela ainda não havia começado e eu estava ociosa.

Ao som de "Love me like you do" da Ellie Goulding, eu estava passando um pano na cozinha e cantarolando a música baixo (bem, pelo menos eu achava que estava baixo), quando o interfone tocou; o aparelho ficava bem perto da cozinha e, apesar dos fones, o barulho foi ensurdecedor, me fazendo querer quebrar a maldita coisa. Deixei o rodo de lado, tirei um dos fones e perguntei quem era.

- Olá, querida - uma voz conhecida soou do outro lado e eu franzi a testa enquanto apertava o botão para abrir. Caminhei até a porta da entrada e fiquei olhando uma mulher caminhar pelo jardim, observando ao seu redor com uma expressão maravilhada e ela abriu um sorriso quando me viu. 

- Mamãe? - falei e logo eu estava em seus braços, recebendo um dos seus apertos de urso.

- Olá, Lidy - me afastei da porta e ela entrou. 

Tânia Prescot é uma pesquisadora, viaja para várias partes do mundo em busca de novas descobertas, principalmente na natureza, e eu não a via há quatro anos; ela havia me feito uma visita certa vez em Wisconsin, uma bem rápida à propósito, depois disso só falei com ela por telefone algumas vezes. 

- Não sabia que estava por aqui - falei e nos sentamos no sofá. 

- Estou indo para a América do Sul e decidi passar aqui para ver você, meu neto e conhecer o sortudo com quem você se casou - ela disse e me deu seu sorriso amável de sempre - como ele é, querida? É bonito? 

- Sim, mãe - falei, não conseguindo deixar de sorrir - Arthur é o máximo e dizer que ele é bonito seria um eufemismo. 

- E é um bom homem?

- O melhor que já conheci - murmurei.

- Assim como seu pai? - perguntou, melancolia estava presente em seu tom. 

Meu pai era meu herói, um grande marido, um pai maravilhoso e foi levado por um aneurisma; eu chorei durante um bom tempo e ainda sentia meu peito apertar quando me lembrava dele, assim como acontecia com minha mãe. Eu sempre sonhei em arrumar um homem bondoso e bem humorado como meu pai, eu praticamente me baseava nele. E eu havia encontrado. 

- Sim, como papai. 

Quando o sol se escondeu por trás dos grandes prédios de Nova Iorque e a lua se ergueu alto no céu estrelado, o relógio badalava 19:00. Mamãe estava cozinhando o jantar, ela ia passar a noite aqui em casa, Brendon estava assistindo desenho na sala e Arthur ainda não havia chegado do trabalho. Eu havia acabado de me vestir após uma ducha deliciosa quando consegui ouvir o barulho de chaves no andar de baixo. Meu marido havia chegado. 

Desci as escadas devagar e observei enquanto o homem mais bonito que meus olhos já viram entrou, cantarolando uma música em alemão que ele particularmente adorava e virou-se para trancar a porta. Desviei meus olhos dele por um instante e peguei um vislumbre de Brendon encarando o pai, seus olhos brilhavam com emoções e eu sabia que ele queria correr para os braços de Arthur, feliz por vê-lo após não o encontrar durante todo o dia, mas estava se contendo. 

O garoto havia puxado o meu lado da família, todo emocional, adorador de abraços e eu supunha que ele tinha medo de que o pai pudesse sumir de repente, assim como apareceu, e hoje era o primeiro dia que ele ficava o dia inteiro sem ver Arthur. Senti meus olhos marejados e voltei a atenção para meu marido que agora caminhava para o sofá, sentou-se ao lado do garoto e o puxou para seus braços; Brendon prontamente enlaçou o pescoço de Arthur e deu-lhe um beijo no rosto.

ღ Conquistando um SullivanWhere stories live. Discover now