LÍDIA
Acordei em um quarto branco, o som de aparelhos apitando enchendo meus ouvidos e estava uma confusão em minha mente. Onde eu estava? Forcei minhas pálpebras abertas e olhei em volta. Sem dúvida alguma, eu estava em um hospital. O que diabos eu estou fazendo aqui? Então, tudo voltou em minha mente. Eu estava na casa de Anne, fui para a sala verificar como estavam os meninos e senti uma tontura. Era tudo o que eu me lembrava. A porta se abriu e o médico surgiu. O que estava acontecendo aqui?
- Olá, Lídia - ele sorriu - fico feliz em vê-la acordada.
- Por quanto tempo eu dormi? - perguntei, franzindo o cenho.
- Quase doze horas.
- O quê? - praticamente gritei, meu queixo caindo - Por que eu dormi tanto? O que está acontecendo?
Seu sorriso caiu e uma expressão preocupada surgiu em seu rosto.
- Descanse e eu contarei mais tarde.
- Não, eu já descansei bastante - resmunguei.
Ele me contou toda a história e eu senti meu coração afundar. As pessoas mais próximas a mim me doparam e me trouxeram para fazer a cirurgia. Fechei os olhos e fiz o máximo de esforço para não deixar as lágrimas escaparem. E se algo tivesse dado errado? E se eu tivesse morrido? Eu não teria nem mesmo me despedido das pessoas que eu amava. Eu me sentia traída.
- Fizeram isso para o seu bem, Lídia - o médico tentou amenizar a situação. Eu apenas me deitei de lado na cama de hospital, olhei para a janela e permaneci calada - estão todos na recepção. Posso deixar algum deles entrar?
- Não - respondi.
- Tem certeza? - perguntou o homem mais velho e então me lembrei de Gabe. Teria ele participado disso? Eu iria verificar.
- Apenas Gabriel pode entrar.
- Não faça isso, Lídia - disse o doutor - seu marido está morto de preocupação, tive que ameaça-lo para que deixasse o quarto e não saiu da cadeira lá fora.
Arthur. Pensar nele fez com que as lágrimas voltassem, mas me mantive forte. Como ele pode fazer isso comigo?
- Saia - resmunguei.
- Como é?
- Saia, doutor - primeiro o silêncio, depois a porta se abriu e fechou.
Deixei minha mente em branco, não querendo pensar em nada e apenas continuei encarando a janela. Alguns minutos se passaram quando a porta se abriu novamente e imaginei que fosse Gabe, mas não virei a cabeça para conferir; apenas continuei olhando o verde de uma árvore do lado de fora do quarto. Entretanto, foi Arthur quem surgiu na minha linha de visão e sentou-se em uma cadeira ao lado da cama. Não olhei para ele.
- Oi - falou um pouco inseguro. Não respondi - como está se sentindo, querida?
O apelido carinhoso apenas me machucou e eu queria esmurra-lo; porém, me contentei apenas em continuar encarando a janela e murmurar.
- Saia daqui - eu não queria vê-lo. Eu estava magoada, machucada, com raiva e ainda estava um pouco sonolenta.
- Não - falou e eu olhei para ele.
- De quem foi a ideia? - minha voz estava apagada, era como se estivesse no automático, as palavras apenas saindo da minha boca como se eu fosse um robô.
- Minha - confessou.
- E você envolveu seu irmão e Anne nessa?
- Eu sinto muito - ele fechou os olhos - eu fiz isso para o seu bem.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...