- Eu não queria que fosse assim - murmurei - eu planejava me casar por amor.
- Mas você o ama, não?
- Sim - falei, tristemente - porém, o sentimento não é recíproco. Acho que nem mesmo ele queria se casar.
- Pare de pensar nisso e lembre-se do plano - Anne falou.
Após voltar do restaurante há vários dias atrás e depois de tanto rolar na cama, tinha chegado à conclusão de que eu não era nenhuma covarde, se eu queria algo, eu tinha que ir atrás.
- Não sei se vou conseguir - falei, me afastando e sentando-me na beirada da cama.
- Você é uma mulher forte, Lidy, isso para você será moleza.
- Não, Arthur não está interessado em ser conquistado.
- Mas sempre há modos de faze-lo mudar de ideia - ela sorriu e levantou-se, caminhando até um par de sacolas perto da cama - e essa noite é sua noite de núpcias e você irá usar essa belezinha aqui.
Anne tirou e colocou na cama uma lingerie branca, com um espartilho, uma calcinha minúscula e meias de renda, formando uma combinação.
- Eu disse para ele não me tocar e...
- Ele não irá resistir, Lídia - minha melhor amiga piscou para mim e eu forcei um sorriso, não tendo certeza se era certo o que ela dizia.
O casamento foi a coisa mais linda, as pessoas estavam animadas, algumas choraram durante a cerimônia, mas se animaram na hora da festa. Entretanto, Arthur estava educado e distante, animando-se apenas ao redor das outras pessoas. Luíza, minha sogra, estava encantada com Brendon e o menino já havia se enturmado com os tios, que às vezes pareciam ter a mesma idade que ele; apenas perto do pai que Brendon se tornava retraído e cauteloso, pensando em tudo antes de agir. Sabia que não queria fazer nada errado pois queria que o pai gostasse dele, precisava da aprovação de Arthur.
- Papai gosta de mim? - ele havia me perguntado certa vez.
- É claro que sim, está louco para ficar perto de você sempre - sorri e o abracei, tentando acalmar seus temores.
No momento em que entrei na igreja e vi aquele homem belíssimo me esperando no final do longo corredor, senti meu coração acelerar, batendo em minhas costelas rapidamente, quase provocando dor. Arthur era o homem mais bonito que havia posto meus olhos, ainda mais impecavelmente vestido, os fios áureos arrumados e notei algo nos olhos cor topázio, mas sumiu antes que eu descobrisse o que era. Após toda a recepção, os abraços e beijos, estava sentada em uma das mesas, olhando para as pessoas que dançavam, conversavam e riam.
- Olá, moça bonita - alguém disse atrás de mim e me virei para encontrar Benjamin, sorrindo largamente. Ben era sete anos mais novo que Arthur, mas tinha uma beleza impressionante, exótica, com seus cabelos cor azeviche e olhos ametista; eu havia visto fotos dele quando era mais novo, mas com o passar dos anos tornou-se um deus na Terra. Aos meus olhos, Arthur era o mais bonito, mas se fosse colocar na balança e avaliando como um observador sem envolvimento com nenhum deles, eu tinha que concordar com Anne, a beleza de Benjamin se destacava de qualquer outro.
- Olá, garotão - brindei-lhe com um sorriso genuíno.
- Aceita me dar a honra dessa dança?
- Claro - ri e coloquei minha mão na sua.
- Bem-vinda à família, Lidy - disse.
- Obrigada - respondi.
- E tenha paciência com nosso Arthur, tem aquele jeito despojado, bem humorado e tudo mais - comentou - tem um grande coração, não me leve a mal, mas é um pouco difícil de se lidar algumas vezes. Mas não o culpe, está no DNA dos Sullivans.
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ღ Conquistando um Sullivan
RomanceSegundo livro da série Irmãos Sullivans Após várias decepções amorosas, Lídia Prescot havia desistido há tempos de engajar um relacionamento sério e adquirido para si o lema do carpe diem. As coisas tomaram uma reviravolta quando Arthur Sullivan ent...