Diário perdido de Mariana
Pensei que ele viria ao meu quarto, mas não veio. Ele voltou a se esconder de mim. O meu boquete não havia sido tão bom assim, precisava melhorar aquilo. Os dias passaram-se rápido e ele não era mais visto em casa outra vez. Perguntei à mãe onde ele estava e ela havia me dito que estava no campo de futebol. Fui até lá, mas não havia ninguém. Ele não estava em campo algum.
Voltei pra casa e me joguei na cama, irritada.
À noite fui até seu quarto e espiei pela abertura da fechadura. Ele estava deitado de costas. Não dava para ver muita coisa, mas ele tinha ido dormir sem me desejar boa noite como no passado sempre fazia. Sentia falta da sua voz e da sua amizade. Será que minhas investidas iam atrapalhar até mesmo a nossa cumplicidade?
Tentei parar de ir atrás dele, fiquei presa em meu quarto dia e noite, lendo alguns livros e escrevendo em você como estou fazendo agora.
Algumas semanas passaram-se e fiquei sabendo que ele havia começado um pseudo-namoro com Verônica, a filha mais velha da Sra. Palmer. Havia lido as mensagens em seu celular, sem ele perceber. Ele enquanto tomava banho, lia as suas conversas com uma porção de garotas diferentes e a mais frequente era com Verônica. Ela o chamava de Anjo Protetor.
Como ela era irritante!
Adormeci sem perceber e quando acordei, me assustei com um vulto negro em meu quarto. Era Gabriel. Estava escuro. Não acendi a luz do abajur, mas seus olhos estavam negros como a noite.
Ele aproximou-se de mim e subiu em minha cama, apertando-me firme em seus braços. Tentei me desvencilhar, mas ele segurou-me com força e de alguma maneira ele conseguiu rasgar a minha camisola ainda me segurando.
Seu pênis penetrou-me com força. Quente e firme, aquilo não me deu prazer; só a dor vinha à minha mente. Ele estava usando da força para me possuir. Gemi de dor e rezei em silêncio para aquilo terminar de uma vez, mas a sequência de estocadas estava só começando. Quando me senti dormente, deixei que ele continuasse, cansei de me esforçar para escapar de seus braços fortes. A exaustão havia me consumido.
Suas estocadas aumentavam cada vez mais e o cheiro de bebida alcoólica rodava por todo o quarto. Assim que recobrei a consciência vi meu pai em cima de Gabriel Os dois estavam no chão. Os socos que meu pai dava no meu meio-irmão eram violentos e aquilo me assustava. Nunca tinha visto meu pai agir daquela forma. Tentei ficar em pé, mas não conseguia, permaneci sentada vendo a cena.
Minha mãe entrou no quarto e tentou apartar a briga, mas meu pai a esbofeteou jogando-a contra a parede, ela caiu sobre o criado-mudo e o abajur quebrou-se ao chão.
Tudo havia ficado ainda mais escuro e o barulho dos socos e corpos se colidindo era intenso.
Tentei acender a luz do outro abajur, mas ele não acendia. Peguei meu celular na gaveta e liguei a lanterna. Meu pai continuava a socar o rosto de Gabriel, ele já estava inconsciente.
- Pai, para com isso! - gritei - ele é meu irmão.
- Seu irmão?! Ele estava aproveitando de você!
Sim, estava, mas não o queria morto, ainda mais no chão de meu quarto.
- Ele está inconsciente - gemeu minha mãe no chão, tentando juntar os cacos da porcelana em seu colo.
- Quero as coisas dele e ele fora de casa hoje mesmo!
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Desaparecida na penumbra
Mystery / ThrillerEla saiu de casa, sem dizer para onde ia, três meses depois foi encontrada morta. Ao descobrirem que o corpo de Mariana foi identificado próximo às margens de um rio, boiando, todos da vizinhança emudeceram. Mariana era alcoólatra, antissocial, não...