Capítulo 42 - Desfazendo-se de possíveis vestígios

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Narrado por Meredith

O enterro da matriarca da cidade havia sido na parte da manhã, por volta das 9h00, o dia amanhecera nublado, mas sem resquícios de chuva próxima, mesmo agendando chuvas fortes pelo restante do dia e noite. Poucas pessoas apareceram ao enterro, mesmo sua casa sempre abarrotada de beatas da cidade e fazendeiros. No dia de velá-la, as pessoas não compareceram. Morrer de fato era algo solitário. Mariana não havia chegado à cidade para enterrar a sua mãe, Gabriel ajudara a providenciar o enterro, pois ela era avó de seu filho Éric. 

Após ir ao enterro, passei no escritório da delegacia, mesmo exausta, recolhi os laudos periciais das vítimas dos últimos assassinatos Mariana, Lúcia, Verônica e Anna, e levei para casa, pois haviam coincidências em suas mortes, que não me deixava dúvidas. As mortes foram realizadas meticulosamente por um serial killer. Precisava reencontrar Marina, para mostrar para ela aquilo. Eu estava ansiosa com a sua chegada à cidade.

As mortes delas, me intrigava, pois parecia muito com o acidente de Bianca, o laudo de Bianca estava com o nome de Marina. Algumas situações estavam mudadas para parecer ser o corpo de uma e não de outra.

Ao chegar em casa, coloquei as pastas sobre a mesa de centro, meu escritório afetivo e passei a relê-los, caso precisasse de alguma correção ortográfica, científica ou detalhes despercebidos, eu poderia marcar com post-it e corrigir posteriormente.

No laudo de Mariana estava escrito que ela provavelmente estava alcoolizada e saiu de casa para andar até o bar mais próximo, se deparou com uma chuva e foi atacada ali mesmo na rodovia por um indivíduo. Estava com o guarda-chuva nas mãos. Foi arrastada para dentro da floresta, pois a pele estava com marcas de escoriações por todo o corpo, mãos e pés marcados por cola de fita adesiva, unhas quebradas da mão direita e o corpo parecia ter sido mergulhado nas águas do rio e ficado por dias, pois em suas extremidades havia marcas de enrugamento da pele. As pálpebras estavam em tons de vermelho, verde e arroxeadas, já olhos estavam fundos e com as córneas translúcidas.

Fratura nas duas vértebras do pescoço, Atlas e Axis, devido ao ataque por um objeto maciço, como um pedaço de madeira, pois havia lascas presas na lateral do pescoço, cravado na pele. Havia sinais de cola adesiva na pele próximo à boca e sangue coagulado na narina direita.

A face direita estava carcomida por vermes e pequenos animais silvestres, por do cadáver ficar exposto por um longo período na floresta.

No laudo dizia que havia sangue coagulado nas costas e têmporas advindo da traqueia dilacerada por lâmina afiada; provavelmente uma faca.

Em seu tórax e abdômen havia marcas de escoriações, foi levada de bruços até onde o corpo foi encontrado.

Nas unhas foram encontrados lama e musgo. Algumas costelas quebradas, as falsas e as flutuantes, devido a diversas quedas ou empurrões contra algo maciço como uma parede de madeira, devido a uma luta corpo a corpo.

Falanges distais e médias das mãos esquerda e direita moídos por algo pesado. Os Metacarpos das duas mãos quebrados, da mão esquerda na diagonal e na mão direita, em três partes menores.

Hematomas circulares e outros irregulares no joelho direito e ranhuras no joelho esquerdo, rótula moída, rompimento do tendão rotular, por decorrência de queda ou escorregão.

Havia sido encontrado como evidência um guarda-chuva. Os demais cortes e rupturas mais profundos encontrados pelo corpo, provavelmente foram feitos após seu corpo ser despido.

Não havia lesões recentes de abuso sexual ou demais cortes provenientes de lâmina pelo restante do corpo. Havia marcas de desgaste nas pernas, próximo à coxa, nos tornozelos marcas de algum tipo de força feito por mãos fortes, provavelmente do assassino, não havia vestígios do assassino; tomou cuidado para não deixar rastros de DNA.

Desaparecida na penumbraOnde histórias criam vida. Descubra agora