Capítulo 39 - Em busca de um Serial Killer

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Narrado por Meredith

As únicas coisas que me tiravam a dor de cabeça de um dia cansativo no trabalho eram alguns analgésicos e me esticar no meu sofá felpudo. Ao deitar ali, recordei de algumas coisas do passado junto de Mariana. Ela era a minha melhor amiga naquela cidade. Faz tempo que não tinha boas amigas assim.

Lembro que o dia estava chovendo, eu estava na cozinha vendo pelo vitrô da janela a chuva cair lá fora e molhar um pouco do vidro. Ventava, mas não tão forte e o dia estava frio naquele domingo. Ela me ligou nervosa.

Atendi a ligação, sem vontade de fazer aquilo.

- Alô? – atendi e ela antes de me cumprimentar disparou a frase que eu não queria ouvir:

- Você precisa ligar pra Bianca – sua voz era rouca e incisiva.

- Mas ela nem me conhece... – falei, na esperança dela desistir do plano.

- Já falei, ela é formada em criminologia e faz palestra pelo mundo todo. Eu olhei no Instagram.

Respirei profundamente.

- E se ela não aceitar vir?

- Eu conheço você, sabe conversar e cativar as pessoas. – eu imaginei ela sorrindo do outro lado da linha.

- Ao menos ela sabe a nossa língua? – perguntei.

- Imagino que sim. Dei uma vasculhada nas redes sociais dela, apesar de falar francês fluentemente, ela domina outras línguas também. A internet é interessante, achei todas as informações necessários desde onde trabalha até onde mora. Consegui todos os contatos dela pelo LinkedIn. Nas mãos erradas é uma arma, pra mim foi valioso.

Pigarreei.

- Faz esse favor pra mim, Meredith – ela tinha um tom de súplica na voz.

Olhei nas informações que Mariana havia me mandado pelo celular e vi a foto da moça, ela tinha o cabelo liso, só que castanho escuro, diferente da irmã que era um tom claro e ondulado. Fora isso as duas eram idênticas.

Meus pensamentos aguçaram mais quando liguei para Bianca naquele mesmo dia, a chuva lá fora tinha aumentando e ouvia-se trovões ao longe. Quando ela me atendeu, seu sotaque francês me deu um certo pânico e quando respondi, ela passou a falar na minha língua, algumas palavras com sotaque, porém a comunicação estava estabelecida.

Expliquei quem eu era, minha formação e também disse que havia pesquisado muito seu trabalho em criminologia e que seria essencial sua passagem pela cidade, que isso daria a oportunidade de aprimoração e que seria fantástica sua visita.

- Faz algum tempo que não faço palestrrras - disse ela, com sotaque carregado. Franzi o cenho, a ideia estava perdida – Seria voluntariado?

O susto passou quando ela disse as últimas palavras.

- Isso, seria um trabalho voluntário para a nossa comunidade de policiais e Agentes forenses. – expliquei e ela demorou para me responder.

- Unhmm – ouvi o som de sua voz pensativa no outro lado da linha – Serrria prrra qual semana deste mês?

- Daqui 2 semanas, teria como? – fechei os olhos, ao mesmo tempo que queria que ela não viesse, não queria ouvir uma negativa.

- Tudo bem – ela disse finalmente. – Preciso de todas as informações possíveis para eu agendar aqui e comprar as passagens de voo. Será uma honra falar de algo que gosto.

Sua voz ecoou em minha mente, enquanto me levantava do sofá e ia até a geladeira em busca de água gelada. Enchi o copo e tomei até me sentir satisfeita.

Desaparecida na penumbraOnde histórias criam vida. Descubra agora