Capítulo 14 - Tensão e os sapatinhos

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Narrado por Gabriel

A deixei em casa, ela havia chorado o caminho todo de volta, deixei que extravasasse a dor pela perda da mãe. Emprestei minha jaqueta, pois parecia sentir frio. Estava sendo difícil para Anna e por isso não aproveitei da situação. Ela estava vulnerável e ia contra meus princípios, a mãe havia acabado de morrer e o enterro nem havia acontecido. Me sentia sujo pensando em transar com ela.

Ela queria um refúgio e eu queria uma noite, isso estava pesando em minha consciência. Meus desejos sexuais afloravam-se dentro do carro e tentei não pensar nos lábios dela tocando os meus outra vez. Isso não podia mais acontecer. Eu sou um cara charmoso e achou que poderia me beijar, foi apenas um momento. Nada de mais. Ela não está apaixonada por mim, só está triste pela perda da mãe e por não ter um pai para amá-la como deveria.

Meu pênis endureceu só de pensar no beijo dela. Esperava que Anna não tivesse notado o volume em minhas calças. Precisava me afastar da jovem o mais rápido possível e me ocupar com o caso de Mariana e de Lúcia. Não podia desviar o foco.

Ao chegar em casa, tomei um banho demorado e não resisti à masturbação.

Peguei o pau na mão, debaixo da água quente e me masturbei pensando nos lábios de Anna, em minha boca e depois descendo por meu peito, fazendo uma trilha de beijos, demorando em meus mamilos e depois passando por minha barriga, umbigo e chegando onde eu desejava que ela chegasse.

Queria sentir aquela boca com sabor de cereja e amêndoas em meu membro. Segurei o pau com mais força. Com vontade, querendo senti-la nele.

Imaginei a jovem cavalgando nele, bem devagar e depois rápido. Experiente.

Sonhos lúcidos eram as únicas coisas que teria com ela por enquanto. Não podia ultrapassar os limites outra vez, não queria fazer outra vez o que fiz no passado. Meus instintos sexuais estavam indo para um lado que eu não podia controlar e se eu não parasse, Anna não teria um momento agradável comigo. Conheço muito bem os meus limites.

Ela estava de luto e tinha que respeitar essa situação, mas meus desejos precisavam ser acalmados de toda forma e pensar em sexo não era o mesmo do ato. Se ela quiser ficar comigo quando seu luto terminar... aí será uma outra história.

Gemi de prazer ao chegar ao clímax. Observei a água levar o meu prazer derramado no piso para o ralo, mas a vontade de tê-la em meus braços ainda não havia cessado.

Precisava me livrar daquela tensão o mais rápido possível e dormir tranquilo. Uma masturbação não resolveria o desejo que sentia por aquela garota.

Após me revirar na cama, por todos os lados, sem sono, com Anna estampada em cada pensamento, enfim caí no sono nada tranquilo, pois tive um sonho estranho.

Lúcia veio até minha residência, entrou até a sala e tocou em meu ombro. Ao olhar em suas mãos, vi que ela segurava dois pares de sapatinhos de bebês. Ela sorriu para mim e os sapatinhos desapareceram. Ela contornou o sofá, sentou ao meu lado e em silêncio abaixou a cabeça, encostando-se e em meu ombro. Acordei com o despertador zunindo em meus ouvidos, lembranças da noite passada e com um objetivo latente: descobrir o assassino de Mariana e de Lúcia.

Desaparecida na penumbraOnde histórias criam vida. Descubra agora