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Maurício - Tu trouxe oque pedi? - Diz vestindo o macacão que estava.

Eu - Sim, tá aqui.

Tiro uma bolsa de dentro da sacola que trouxe, não sei oque tinha, e nem quero.

Maurício - Tenho uns bagulho pra te falar.

Eu - Diz.

Maurício - Não fica brava comigo tá ligada?

Assinto e ele me conta toda sua história, e principalmente oque meu pai fez com sua família, sinto lágrimas cairem e meu rosto arder.

Maurício - Desculpa nega, mas tenho que fazer isso. Teu pai acabou comigo porra.

Eu paraliso, fico trêmula e me levanto saindo dali, já estava na hora de sair mesmo.

(...)

Chego em casa repleta de dúvidas, do que fazer agora, já que estou completamente louca pelo chefe do tráfico, e ele quer matar meu pai.

O único que me restou, quem me protegeu e me amou todos os dias, esteve comigo nos piores dias e esta até hoje.

Confesso que meu relacionamento com meu pai mudou de um tempo pra cá, ele não me quer andando em favela, e com amizades ruins.

E isso gera um conflito entre nos dois, mesmo ele não querendo, eu quero.

Ligo pra papai de imediato e na terceira chamada ele atende.

- IDL -

Murilo - Que foi minha filha?

Eu - Cuidado papai, por favor.

Murilo - É meu sobrenome meu bem, não se preocupe.

Eu - Eu te amo, me perdoe por não ser a filha que tu merece ter.

Ouço um barulho de tiro alto e papai gritar, protege meu pai senhor.

Desligo o celular trêmula e me sento no sofá chorando, derramo muitas e muitas lágrimas até meu celular tocar novamente.

- IDL -

XxX - Da tchau pro papai vagabunda, tu encontra ele no inferno.

Eu - Moço, por favor.. Meu pai.

Murilo - Desculpa meu... bem, te amo.

O celular desliga e eu caio em prantos, ligo pra Mônica e ela logo aparece aqui em casa.

Eu - Eu sei quem foi amiga, foi Maurício, ele foi preso pra isso.

Digo trêmula e gaguejando.

Mônica - Não amiga, não, claro que não foi. - Diz e me puxa pra um abraço. - To aqui nega, to aqui contigo.

-

Passagem de tempo - 1 mês.

1 mês se passou, e eu ainda não acredito em tudo que aconteceu, perdi oque tinha de mais precioso.

Meu pai foi achado morto, vários e vários tiros.

To tentando aos poucos seguir minha vida, vim passar um tempo com Mônica e to voltando a trabalhar.

Maurício não saiu da cadeia ainda, mandou algumas mensagens mais eu fiz a egípcia, nem respondi.

Os boatos são de que ele sai daqui uns dias, você liga? Porque eu não.

Me levanto da cama e vejo 99 já enfurnado aqui, pegando no meu pé como sempre.

99 - Eai mulher do chefe, acordou né. - Diz me abraçando.

Eu - Tá vendo que eu to dormindo ainda porra.

Noção falta.

Ele levanta as mãos em forma de redenção e eu vou pra cozinha, larica da porra.

Coloco lasanha e refri e me sento no sofá.

Como rápido e vejo Mônica chegar com uma sacola na mão.

Mônica - Eai nega, ta bem?

Eu - Tô.

Mônica - Dizem que o demônio volta hoje.

Eu - Tu liga? - Ela balança a cabeça negando - Nem eu.

Ouço alguém bater na porta e abro rapidamente dando de cara com Maurício, gelei.

Meu coração bate rápido, minhas mãos tremem.

Maurício - Isso tudo é saudade?

Eu - Saudade é o caralho, sai.

Maurício - Me respeita pô, quer morrer é?

Ele adentra e Mônica o abraça apertado.

Mônica - Saudade ridículo.

Reviro os olhos vendo aquela cena ridícula de Maurício abraçando Mônica, peguei foi nojo desse cara.

Maurício - Quero conversar contigo. - Diz vindo até mim, forçado do caralho.

Mônica sai da sala e Maurício se senta no sofá me puxando pra ele, ele me envolve em um beijo gostoso, eu prendo mas logo me solto em seus braços.

Maurício - Tava com saudade pô.

Eu - Me diz que não matou meu pai, eu sei que você foi preso só pra pegar ele.

Maurício - Claro que não, foi uns mlk amigo meu.

Diz passando a mão na cabeça.

Eu - Para de mentir, me fala a verdade.

Meus olhos já lacrimejam e eu sinto meu olho arder.

Maurício - Não chora nega, eu tava lá, vi os cria atirar nele, mas não matei não. Teu pai me fez muito mal, mas aprendi que mal não se paga com mal.

Ele me abraçou e eu desabei em seus braços.

Ele alisou meus cabelos e beijou meu pescoço.

Maurício - Fica assim não neguinha.

Eu sei a tremenda culpa que ele tem, sei quem ele é, tudo de errado que ele faz, sei que ele não largaria o errado pra viver o certo comigo, mas eu quero arriscar, quero ficar, ter nossas cria como ele fala, ser a patroa como os garotos dizem.

Eu o amo, amo sua companhia, seus beijos, seu carinho mal dado, seu sorriso, ele todo, eu amo esse cara todo, até seus piores defeitos.

-

Mulher de Bandido [F!]Onde histórias criam vida. Descubra agora