As Negações De Christopher

Cap.56/ Até mais tarde

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15h25

Lara: "Atualização.", ela me surpreendeu enviando a mensagem enquanto eu estava morsado no sofá.
Lara: "Meu irmão e eu estamos bem, de novo, mas estou com uma gripe terrível ahushsh"
Lara: "E você, Chris?"

Eu: "Estou meio mal por causa de ontem, mas acho que vou sair um pouco hoje. Quem sabe eu me sinta melhor, distraindo a cabeça."

Lara: "Você poderia esperar até sábado, mas ok"
Lara: "Boa sorte e divirta-se"

Eu: "Agradeço o Boa sorte"
Eu: "Talvez eu precise mesmo"
Eu: "Espero que você melhore logo dessa gripe"

Lara: "É, eu também espero"

Senti uma leve vontade de comer só de sentir o cheiro vindo da cozinha.

Eu: "Vou almoçar agora e dar uma saída...", enviei a mensagem.
Eu: "Mais tarde a gente conversa"

Lara: "Certo..."
Lara: "Até mais tarde, então."

Eu: "Até..."

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Apesar do cheiro estar ótimo e o gosto mais ainda, eu comi pouco. Sei lá, só acabei ficando com o estômago meio revirado. Perto das 17h, tomei banho e me arrumei para sair. Meu pai estava assistindo TV na sala quando fui pegar pão para eu comer.

- Aproveitando que sua mãe deu uma saída... - ele começou - Eu queria te perguntar, como estão as coisas entre vocês? Quando cheguei vocês pareciam estar se desentendendo...
- Hm - reclamei baixinho - É, ela é meio... insistente demais
- Agora você sabe quem você puxou? - ele diz irônico, o que me faz sorrir
- Talvez - murmuro, encarando o balcão vazio com um meio sorriso

O silêncio durou pouco, mas foi um tanto suficiente para eu torcer para conseguir sair antes da minha mãe chegar.

- Está indo encontrar com aquela garota que você trouxe aqui na terça-feira? - meu pai perguntou
- Não, não estou indo encontrar ela... - mas bem que poderia... penso, quase lamentando por ter aceitado sair com a Leslie
- Entendi... - ele murmurou, assentindo com a cabeça

Termino de comer e volto para meu quarto, só para escovar os dentes. Então estou saindo de casa quando meu pai diz "Qualquer coisa me liga" e eu digo "Uhum" e saio.
Entro no primeiro trem, mesmo que esteja um pouquinho cheio. Não muito tempo depois, meu celular vibrou no meu bolso. Lara me enviou uma música, a mesma na qual ouvi o caminho todo. Até esqueci de escrever qualquer resposta para ela. Gostei da música. Houve um momento que fechei os olhos e foi como se eu absorvesse a letra da música, de tanto sentido que a mesma fazia.
Quando o trem parou na estação da Leslie, desci e procurei pelas catracas. Ela já estava me esperando. Me cumprimentou com um beijo no rosto e um abraço rápido. Então pegamos outro trem e só fomos descer do mesmo três estações à frente. O bar não era longe da estação, tinha som ao vivo, mesa de sinuca e open bar de vodka logo na entrada. Ergui as sobrancelhas em surpresa e segui a Leslie, quem aparentava conhecer melhor o lugar. Ela me apresentou a dois caras, sendo um deles o barman, e depois fomos ao fumódromo.
Leslie acendeu um cigarro e me ofereceu um. Aceitei. Fumamos e então voltamos lá para dentro. Ela me pediu para esperar em uma das mesas, e garantiu que conseguiria bebida de graça para a gente. Tentei convencê-la de que não precisava, mas ela foi mesmo assim. E de fato conseguiu — o que, confesso, me deixou um pouco impressionado.

Secamos a garrafa de vodka de sabor e depois fomos comprar cerveja. Em não muito tempo eu já estava alterado e a Leslie idem. As bochechas vermelhas dela denunciavam. Eu já estava bastante confortável com o lugar quando ela me disse que, infelizmente, fechava às 01h da manhã em dias de semana. Obviamente eu não iria embora alterado como estava, então sugeri que fôssemos ao salão onde o Léo trabalha. Ela aceitou, então às 23h saímos de lá com uma dose de vodka pura em cada mão e voltamos à pegar um trem em sentido à minha casa.