Adorável Atração

CAPÍTULO 02

Gabriel P.V

O sinal de entrada toca em um estrondoso e irritante som. Pego minha mochila do chão, jogo a lata de cerveja no lixo, em frente a uma calçada, e entro na escola. Atrás de mim um carro para, e nele estava Apollo e Patrick, meus amigos. Caminhando lentamente pelo corredor para que eles se apressem e consigam me alcançar, e eles conseguem.

Patrick e Apollo conversavam banalidades, e sobre a boate que nós três conseguimos entrar. Músicas eróticas, e muitas, muitas garotas, e cada uma delas exibia uma dança sensual, em um pole dance exuberante. Ontem foi o caralho, e hoje também será.

— Você vai hoje de novo, Gabriel? — Apollo pergunta no momento que chegamos na frente dos nossos armários. Olho para ele e mostro o meu sorriso divertido.

— E por que eu não iria? — Pergunto malicioso. Ele sorrir. Pergunta besta, Apollo. Não acha?

— Se ele não for é porque o mundo começou o seu juízo final. Impossível Gabriel perder algo que envolva garotas e farras. — Patrick diz mostrando sua revolta, fazendo Apollo rir e concordar.

Pegamos nossos equipamentos e cada um segue para o seu devido treino.

Patrick é meu amigo desde a infância, sendo que a mãe dele trabalha como secretária do meu pai, então sempre nos víamos, até hoje. Patrick joga basebol como um dos arremessadores e convenhamos, ele é muito bom com isso. Patrick sempre chamou a atenção pelo cabelo loiro e cacheado, olhos castanho-escuro e sardas, o que faz ele ter um rosto inocente. Só o rosto, de qualquer forma.

Apollo é o mais reservado e maduro de todos nós, ele complementa a infantilidade do Patrick com ponderação, e meu temperamento explosivo com sensatez. Mas ele não chega perto de ser um anjo. Apollo é alto e forte, o que fez ele ser o atacante no futebol americano. Com todos os treinamentos intensivos, Apollo tem músculos que se intensificam na pele negra acastanhada, um olhar âmbar e pervertido, e um jeitão todo cortês. — Um sonho de toda garota. Minha mãe diz, mas mal sabe ela, que na verdade são pessoas. Conheço o Apollo desde o primeiro ano do ensino médio, e ele sempre deixou claro para mim e para Patrick, que ele não é hétero, nem gay. Apollo é pansexual.

Chego no campo de lacrosse e o treinador Willis — um senhor baixinho de meia idade — assopra naquele maldito apito de aço que ele carrega em torno do seu pescoço. Com sua careca brilhando na luz do sol, ele corre até mim.

— Gabriel, o capitão do time não pode se atrasar! — Ele grita irrefreável, fazendo meus tímpanos quase queimarem e todos os outros jogadores pararem de dar a volta no campo. Será que os ouvidos deles doeram assim como os meus? Porque senão, eles já estão surdos.

— Foi mal aí. — Digo fazendo pouco caso e passo por ele, melhor dizendo, tentando passar por ele, já que ele me segura forte pelo ombro.

— Você não vai treinar. Está fora por hoje. Essa é a sua punição. — Como assim seu velho maldito?

— Chupa aqui que não vou treinar hoje! — Grito segurando o meu saco. — O campeonato está perto, e como capitão, eu não posso me dar o luxo de perder treinos!

— Você não vai e pronto. Se não der um jeito nesse teu temperamento explosivo, tirar notas altas e falar menos merdas, e mais coisas produtivas, você não vai participar do campeonato e Louis vai entrar no teu lugar. — Diz o treinador enquanto volta para debaixo de sua cabaninha de merda. Olho com fúria para Louis que sorria com a minha frustração. Jogo meu taco no chão com toda a minha força, mas minha raiva apenas subia. Saio daquele inferno e vou direto para o banheiro. Merda!

Não faço ideia de quanto tempo eu fiquei no banheiro mexendo nas minhas redes sociais. Entrar em uma sala de aula com ira estampada na minha testa não é uma ideia tão boa. Quando me levanto e saio do cubículo de onde eu estava, vejo Louis lavando seu rosto na pia, em frente a um enorme espelho. Tento passar por ele, mas foi em vão. Ele agarra o meu braço com força, me fazendo parar brutalmente.