CAPÍTULO 10

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Gabriel P.V

- Por favor Apollo, dorme aqui... – Imploro pela quarta vez enquanto seguro o pulso do Apollo com força. Hoje em dia ninguém ajuda os melhores amigos como antigamente. Decepcionante, Apollo.

- Gabriel, você sabe que eu odeio quando escondem coisas de mim. Somos amigos, poxa. – Apollo revirou os olhos e pôs a mão na nuca. Você não entenderia, Apollo. – Eu não vou ficar enquanto você não me disser o motivo.

- Apollo... – Pigarreio. Eu não quero mentir, até porque é algo que eu realmente odeio. Então omitir é minha única opção.

- A gente tem aula amanhã e eu tenho que voltar cedo pra casa.  – Apollo solta a minha mão do pulso com facilidade, o que me faz imaginar o quão fraco eu sou comparado a ele. Talvez eu devesse ir à academia?

- Apollo, se você ficar eu compro aquela coisa para jogos online que você vive gastando dinheiro. Compro quantos você quiser! – Digo com um sorriso de quem está com a expectativa lá no auge.

- Eu tenho dinheiro o suficiente para comprar Gift Cards, então relaxa. Além de você querer me comprar com besteiras eu recomendo que me diga a verdade. – Apollo atravessa a sala com desdém e sai com facilidade pela porta.

Droga! Como vou explicar uma coisa que nem eu mesmo entendo?

Me jogo novamente de mal jeito no sofá. Troco várias vezes de canal até achar um que me entretenha. Jogo o controle em cima da mesa de centro quando encontro um filme de ação qualquer. Droga, que tédio...

O interfone toca e eu me apresso até ele.

- Sim? – Digo.

- Com licença, senhor Cooper. Drake Vance está aqui em baixo na recepção. Posso deixá-lo subir? -  Droga, tinha que ser o namor... parceiro do Nicholas para estragar ainda mais a minha noite.

- Pode sim, seu Carlos. Obrigado. – Agradeço e desligo o interfone.

Destranco a porta do apartamento para não ter que me levantar depois e sigo em direção a sala, me sentando no sofá e voltando a minha atenção para o filme que muito provavelmente já se encontrava pela metade, ou perto do final.

Quando eu menos espero, a porta da sala é aberta e eu fito o cara alto com a maior pinta de galã, entrando dentro do apartamento de um jeito todo constrangido.

- Oi. – Ele diz sorrindo. Gentileza falsa. Sinto muito Drake, mas não vou com a sua cara.

- Nicholas deve estar te esperando. – Faço pouco caso e volto a minha atenção para o filme.

- Certo... – Ouço os passos dele se perder para longe.

Finalmente sozinho. Eu sinto falta da minha casa, do meu quarto, da minha cama, da minha mãe... Além de quase estar entrando em abstinência por falta de sexo. Ah... Como sinto falta das bebidas e músicas altas, e principalmente do meu celular. Puta merda, eu necessito de um celular.

- Garoto? – Me assusto com a voz de Nicholas e me viro rapidamente para ele, que estava com um roupão de banho cinza.

- Que merda! O quê? – Pergunto indignado. O meu estresse já estava lá em cima, imagine agora.

- Debaixo do balcão tem uma caixa com madeira, e nessa caixa tem dinheiro. Caso sentir fome, pegue o quanto precisar. – Ele diz sério e passando os dedos entre os fios escuro do cabelo. Meu coração acelera e mesmo aliviado por saber que ele esteja me dando dinheiro, eu me sinto desconfortável com a presença dele. Maldito seja o Apollo por me deixar sozinho.

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