CAPÍTULO 21

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Nicholas P.V

Cheguei na empresa com o Gabriel ao meu lado. Em cada andar que subíamos, a quantidade de pessoas que voltavam seu olhar para nós não era exatamente pequena. Bom, atrair pessoas é algo que consigo fazer com facilidade, talvez eu possa considerar como um talento sexy e natural que possuo. Mas Gabriel também tem seu charme. Droga, e como ele tem.

Gabriel seguia ao meu lado de modo completamente envergonhado, já que não era todo dia que víamos na empresa o filho quente do dono, e mesmo que seja a segunda vez, a notícia obviamente deve ter se espalhado desde o primeiro dia de visita. Se algo não se espalhasse como fofoca nesse lugar, isso sim seria completamente estranho. Mas eu facilmente tornaria essa falha em algo excitante.

— Quando eu digo que você é sexy, não é da boca para fora. — Digo baixo o bastante para que apenas Gabriel escute, e ele me lança um olhar envergonhado e repreensivo. — Vamos, se solte. Você está na empresa do seu pai, e bom, na minha. Não tem porque ficar acanhado. — Digo com um sorriso convincente que ousa se sustentar. Tão fofo.

— Eu apenas... nunca recebi tanta atenção assim... — Gabriel diz meio avoado.

— Nem na tua escola? — Pergunto olhando para frente enquanto caminhávamos.

— Sim, mas aqui é diferente. As pessoas do meu colégio são na maioria irritantes, então não faço questão de prestar atenção se elas me veem com bons olhos ou não. Se bem que a maioria não ver. — Gabriel diz indiferente e eu apenas o encaro de soslaio.

Compreensível para um garoto que repetiu um ano por negligência aos estudos, que possui um lindo histórico de brigas tanto dentro da escola quanto fora no meio do campus, além do Otto ter sido chamado diversas vezes no meio de reuniões ou casos para marcar presença em alguma outra besteira explosiva. Não é como se eu julgasse, eu apenas não acho que deveria ser algo a ser fixado nele. Ele é jovem, e uma hora vai perceber.

Será que ele sabe que eu sei o bastante sobre ele? Céus, não teria como não saber. Otto adorava conversar sobre o incrível e problemático filho. Acho que nem a Marina era tão coruja quanto Otto. Certeza.

— Ei, Nicholas? — Gabriel me chama.

— Sim?

— Aquela mulher ruiva que eu me esqueci o nome, não é a sua secretária? — Gabriel pergunta e eu fixo meus olhos para onde ele está olhando, e de longe eu vejo Anna vindo em nossa direção. — Ela não parece estar com raiva?

— Gabriel? — Chamo e ele me olha confuso. Seguro seus ombros e trago ele para minha frente. — Poderia me emprestar seu corpo?

Gabriel me olha completamente pasmo.

— O que? Mas a gente... a gente está... no meio... de um monte de gente... e... não acho que se-seria uma boa... ideia... e... — Gabriel começa a gaguejar e a me olhar com nervosismo.

— Calma, garoto. — Sorrio tão nervoso quanto ele. Mas aposto que seja por um motivo completamente diferente.

Seguro seus ombros e sigo em direção ao meu escritório, onde vejo a Anna parada de frente para ele, com um sorriso tão falso quanto o meu. Porcaria. Por que mulheres são tão mais assustadoras?

— Oh, vejo que você veio novamente, Gabriel! — Anna diz com euforia e aperta ambas as mãos do garoto, que por sua vez fica sem reação, apenas concordando com a cabeça. — Então, Doutor Nicholas, poderia sair de trás do Gabriel?

Anna sorri cínica, e Gabriel me olha estranhamente. Bem, meus instintos estão me alertando sobre o perigo eminente, então eu não acho que seria realmente uma boa ideia. Eu realmente não tenho escolhas, não é mesmo?

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