CAPÍTULO 13

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Nicholas P.V

— Não vai falar comigo até quando? — Pergunto enquanto dirijo olhando pelo retrovisor para um rapaz deliciosamente esparramado nos bancos traseiro do meu carro, carregando uma carranca que poderia ser malditamente sexy.

— Até você parar com a putaria de querer me beijar, ainda por cima na frente do meu colégio! — Ele cruza os braços e olha o trajeto pelo vidro da janela aberta ao seu lado e claro, com a testa franzida. — Eu tenho que quebrar a tua cara pra perceber que gosto de mulheres não de homens?

— Eu não quero que goste de homens, mais precisamente, eu quero que transe comigo. Agora, se você for querer transar com outros, o problema já não seria meu. — Digo e ele apenas me mostra o dedo do meio e revira os olhos com força, resmungando algo que não consigo me dar o luxo de escutar.

Todo o trajeto percorrido da escola até onde dirijo nesse exato momento, foi definido como na tentativa de entender o que ocorria com o Gabriel, se bem que eu talvez o entenda. Todo esse drama apenas por eu ter beijado ele na frente da escola? Ele tem sorte que me segurei, já que minha vontade mesmo era prensar o corpo dele contra esse carro e passear com os dedos por todo seu corpo, nos lugares mais desconhecidos até por ele mesmo. Por que tudo tem que ser tão complicado? É apenas uma transa, céus.

Depois de mais ou menos quinze minutos, chegamos em frente à uma loja da Apple, e Gabriel ao perceber o carro parando de se movimentar e olhando pela janela novamente com uma expressão brevemente confusa, pigarreou. Eu me virei para trás e fitei aqueles olhos azuis.

— Acho que já esteja na hora de você ter novamente um celular. — Digo convicto de ver o garoto com brilhos nos olhos e com ar de surpresa. Mas bom, não foi bem assim.

— Você acha que sou um prostituto e que eu transaria com você por um iphone? — Gabriel pergunta irônico e com ambas as sobrancelhas erguidas, exibindo os músculos magros de seus braços cruzados. Olhei para Gabriel com um certo ar de estranheza. Não era bem isso que eu tinha em mente, mas funcionou? — Fique sabendo que a minha bunda não está à venda.

— Mas eu não quero te comprar. Na verdade, eu iria comprar um celular para você mais por necessidade de qualquer forma. Já que você passaria essa semana no apartamento e eu trabalhando. Não poderei me dividir em dois. — Digo passando os dedos entre os fios do meu cabelo que estavam ousando em sair de seu lugar.

— Eu já disse, não preciso de alguém bancando a babá.

Gabriel relaxou os braços e a expressão, então creio que ele esteja se dando por vencido. Descemos do carro e adentramos a loja. Gabriel ficou olhando os celulares por minutos e eu já estava começando a me aborrecer com tanta demora. Afinal, eu ainda tinha planos hoje pra gente.

— E então? Escolheu? — Pergunto enquanto olho para a gerente de cabelo castanho, amarrado em tranças altas o suficiente para parecerem chifres, enquanto visivelmente tenta chamar a atenção do Gabriel. A gerente se vira para mim e morde o lábio inferior, vindo desfilando em minha direção.

— Oi! Boa tarde, senhor. Vai levar algo da nossa loja? — Ela pergunta enquanto me seca de baixo à cima com os olhos quase semicerrados. Por favor, mesmo que seja inevitável, não se apaixone por mim. Eu definitivamente não me interesso pelo que você tem entre suas pernas.

— Na verdade, eu estou apenas esperando aquele jovem escolher. — Apontei para Gabriel que logo pegou um dos iphones e veio até mim com um sorriso contido. A gerente olhou para mim e sorriu, logo nos pedindo para segui-la.

— Nicholas? — Me virei para Gabriel que me mostrava o celular. — Curtiu?

— São todos iguais. Vamos logo. — Digo e ele fecha a cara, revirando os olhos e seguindo a gerente.

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