Prólogo.

10.2K 885 322
                                    

- Você está brincando certo, Christina? - pergunto só para ter certeza de que ouvi direito.

- Desculpa, Livy. Mas você está vivendo de graça aqui em casa há mais de três meses e eu e o Tuker decidimos que já está na hora de darmos um passo a mais no nosso relacionamento.

- E precisa fazer isso aqui? - sei que essa não é questão maior, mas o que mais eu posso fazer? Minha melhor amiga, ou ao menos a garota que devia ser minha melhor amiga está me despejando por que quer morar com o namorado.

- O apartamento é meu e você sabe disso. Fora que o Tuker vai me ajudar com as despesas, coisa que você não está fazendo - Christina joga na cara e isso magoa.

- Não é que eu esteja desempregada por que quero. Você mais do que ninguém sabe que quero trabalhar, vai Chris, por favor - estou implorando e sei disso, mas qualquer coisa é melhor que voltar para a casa do meu pai e daquela esposa insuportável dele.

- Sinto muito, Livy. Mas o Tuker vem amanhã e você tem até o fim da semana pra sair - ela sorri e dito isso dá meia volta sem esperar uma resposta minha.

E é assim, desse jeito que minha melhor amiga com quem dividi o apartamento por quase quatro anos me deixa sem teto. Só a observo caminhar e depois se fechar em seu quarto antes de me deixar cair no sofá. Agora é oficial, eu estou muito, muito ferrada.

Não é como se eu não tivesse pra onde ir, eu até tenho, papai virou um pau mandado, mas nunca me negaria um teto, só que eu sei que a partir do momento que eu estiver outra vez sob o mesmo teto da mulher dele, ela vai fazer da minha vida um inferno, simplesmente porque me odeia.

Eu devo ter caído no sono enquanto divaga sobre se era melhor ir morar na rua ou na casa do meu pai, por que o toque do meu celular me acorda e quase me faz dar de cara no chão. Olho para a tela e vejo um número desconhecido.

- Que seja uma boa notícia, por favor, uma boa notícia - desejei antes de atender. - Alô?

- Olivia Cooper?

- Eu mesma, quem gostaria? - que não seja cobrança pelo amor de Deus!

- Meu nome é Jéssica, trabalho na agência de empregos e gostaria de saber se ainda tem interesse em uma vaga.

- Sim! - gritei quase caindo do sofá. - Eu definitivamente tenho interesse!

- Aqui diz que você não tem preferência por cargo ou local de trabalho, certo?

- Sim, eu aceito qualquer coisa. Pelo menos por hora, quer dizer, eu não estou podendo escolher de qualquer forma - tagarelo e ouço a atendente pigarrear. - Ah, certo. Vou calar a boca, mas você não me disse qual o emprego no fim das contas.

- Babá, Srta. Cooper.

- Babá, tipo, cuidando de crianças? - pergunto só para confirmar e a escuto suspirar.

- Exatamente, você tem interesse?

- Claro, mas você sabe que eu não tenho nenhuma experiência com crianças, certo? - Ah pelo amor de Deus, para de se sabotar, Olivia!

- Sei Srta. Cooper, está na sua ficha. Mas esse cliente específico não exige experiência, na verdade ele não está exigindo nada ultimamente - a ouço sussurrar e fico sem entender.

- O que disse?

- Nada - Jéssica garante. - Você quer mesmo o emprego?

- Com certeza!

- Certo, então vou te mandar os dados da entrevista por e-mail. Boa sorte!

- Obrigada, eu com certeza vou precisar - digo depois dela desligar.

Confusão em Dose Tripla ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora