Capítulo 5 - Muitos papéis e visitas curiosas.

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Ethan

Olhei para os papéis em cima da mesa a minha frente e suspirei. Eram fornecedores, contratos de empregados e pequenos problemas que surgiam com os hóspedes, nada muito difícil de resolver, mas pareciam não ter fim. Joguei a cabeça para trás e encostei-me à cadeira giratória em que estava sentado apenas pensando neles, os três serzinhos donos da minha vida e na morena com eles.

Ainda nem tinha completado uma semana, só que Olivia tinha sido a única há ficar tanto tempo nos últimos meses. Logo ela, a louca que tinha me atropelado quando nos conhecemos e me deixou manchado de batom, aquilo foi no mínimo inesperado, e eu realmente achei que era uma péssima ideia contratá-la, mas naquela ocasião não tive escolha, Célia tinha acabado de me dizer que Dayse, a garota que até então tinha ficado três dias eu estava jurando que permaneceria no emprego, tinha se demitido, então não tinha muita escolha.

Mas vendo agora, não me arrependo, é fácil conviver com Olivia, ela é atrapalhada e escandalosa, mas extremamente encantadora, e isso é um perigo, principalmente se eu começar a reparar no quão bonita ela é também, e, apesar da aparente relação conturbada com Seth, nunca a vi tratá-lo mal, na verdade, acho até engraçadas as briguinhas deles, e eu não devia reparar em nada disso, muito menos me oferecer para ir buscar suas coisas com ela, que ideia foi aquela, Ethan? Olivia é a babá, e seu eu não quiser que ela fuja outra vez, é melhor me manter bem longe dela e torcer par Seth não espantá-la.

Eu tinha plena consciência de que Seth fazia isso com as babás para chamar minha atenção, mas como dizer a ele que não precisava de nada disso e que eu estava ali por ele, se eu mal havia falado com ele nos últimos anos? Eu era a droga de um pai ausente e sabia disso, do mesmo jeito que meu pai foi pra mim e isso era uma grande merda que e eu não sabia nem por onde começar a consertar.

Com Charlotte era fácil lidar, seu jeito leve e sorriso divertido, assim como sua total falta de timidez para expressar seus sentimentos a faziam à garotinha mais encantadora do mundo, e para receber ou lhe dar abraços e carinho, era fácil, conversar com ela também. Já com Seth a situação era outra e muito mais complicada. Como reatar laços que eram quase inexistentes?

Meu celular tocou me tirando dos meus pensamentos, olhei o nome na tela, revirei os olhos e desliguei, eu definitivamente não queria falar com Brianna. Eu mal tinha colocado o celular sobre a mesa quando ele voltou a tocar, desliguei outra vez e coloquei-o no silencioso, pelo menos agora poderia trabalhar em paz. Eu sabia que minha conversa com ela seria irritante e desnecessária, então não fazia questão de me estressar com isso em pleno sábado à tarde.

Eu mal tinha recomeçado meu trabalho quando ouvi batidas na porta, murmurei um "Entre" e Célia assim o fez com mais papéis nas mãos.

- Sério? - perguntei e ela deu um dos seus sorrisos, que dês de os dez anos eu só consigo descrever como assustadores.

- Duas camareiras se demitiram e contratamos outras duas. Aqui está à documentação, você precisa ler e assinar - ela me entregou o maço de folhas. - E precisa de uma secretária nova, por que eu não vou me prestar a isso também não. Seu pai pediu que eu auxiliasse você, não que fosse sua babá.

E dito isso deu meia volta saiu sem esperar por uma resposta. Célia não era má pessoa, eu só acho que ela tenha vivido demais em função do hotel que tenha se esquecido de viver. Ela foi secretária do meu pai desde que eu me lembro e depois da morte dele me ajudou muito até decidir que eu precisava começar a decidir as coisas por mim mesmo, ela se demitiu, mas eu a ofereci a chefia do setor de RH e ela aceitou, no fim o hotel se tornou a vida dela como era a do meu pai e como parece estar se tornando a minha.

Balancei a cabeça para me livrar desses pensamentos e olhei a pilha de papéis em cima da mesa que tinha aumentado consideravelmente, eu realmente precisava de uma secretária, Betty, a única que tive e esteve comigo nos últimos seis anos resolveu se mudar com o marido médico que foi fazer trabalho voluntário. Eu não era muito desorganizado, mas há um limite para o que posso fazer sozinho e eu definitivamente preciso de ajuda com a bagunça que meu escritório se tornou.

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