Capítulo 34 - Sorriso bobo e provocações.

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Ethan


Eu estava tão confortável que o chorinho demorou a penetrar na névoa de sono que me envolvia. Pisquei sem realmente querer abrir os olhos e me deparei com os cabelos escuros de Olivia espalhados sobre o meu peito, seu cheiro estava por toda parte e isso me fez sorrir ao me lembrar da noite passada.

Eu teria ficado ali enrolado a ela, só sentido seu perfume e me lembrando de ontem se Molly no outro quarto não estivesse exigindo atenção. Olivia se mexeu, mas não acordou, não dessa vez, estava cansada demais e eu também, o pensamento me fez sorrir outra vez, com ela ao meu lado, nos últimos meses só vivia sorrindo. Desvencilhei-me dela e me arrastei da cama com o maior cuidado para não acordá-la. Ver Olivia deitada na cama, nua, parcialmente coberta pelos lençóis e com os cabelos espelhados me fez querer sentir seu gosto mais uma vez, como se não tivéssemos nos amado até o amanhecer.

Vesti-me e destranquei a porta indo até o quarto onde estavam as acrianças. Alcancei Molly no berço que já tinha ficado de pé agarrada ao cercadinho que a prendia. A bebê fazia um bico extremamente fofo, a peguei e fingi jogá-la para cima apenas para vê-la sorrir, verifiquei Charlotte e Seth, ambos ressoavam tranquilos esparramados na cama, ajeitei as cobertas de Lottie, fechei e a porta e voltei para o quarto onde Olivia estava, de acordo com o relógio preso a parede ainda eram 08h15m, muito cedo pra alguém, como eu, que foi dormir quase cinco da manhã, mas bem tarde para Molly que adora madrugar.

Fui até Olivia e ajeitei os lençóis e as cobertas sobre ela para o caso das crianças aparecerem. Beijei sua testa e ela resmungou alguma coisa antes de virar para o outro lado e continuar a dormir. Sorri com a cena. Mas meu sorriso mudou quando me lembrei da noite passada, seus gemidos, sorrisos e reações eram encantadoras, então era tão errado assim eu querer mais quando mal dormirmos?

- Hoje somos você e eu, Molly – disse a bebê em meu colo que me olhou curiosa. – Eu sei que não sou tão bom quanto ela, mas por agora eu vou ter que servir. Será que sua mãe trouxe as coisas para fazer sua mamadeira?

Sorri com o que tinha dito, mas era isso que Olivia era, mãe deles, de todos eles, antes mesmo de dois dias atrás quando as crianças começaram a chamá-la assim. Ela havia se tornado mãe deles no momento em que ficou e cuidou deles, os protegeu, deu-lhes segurança para se abrirem e acreditarem nela, Olivia foi mãe deles quando, mesmo com toda a situação com seu pai e sua madrasta não deixou de sorrir e cuidar dos meus pequenos que já são dela também. Ela chegou e ganhou nossos corações, nenhum de nós teve nem se quer uma chance de lutar.

Fui até a mala da bebê, uma das malas no caso, já que Molly tinha três bolsas só pra ela. Segurei Molly com um dos braços e com o outro vasculhei a bolsa até encontrar o leite em pó e o mingau que ela estava tomando, tinha começado a me perguntar como faria para arranjar a água para preparar tudo quando vi a garrafa térmica na bolsa.

- Sua mãe pensa em tudo, em Molly? O que seria de nós sem ela? – pergunto e a bebê só ri como se soubesse do que eu estava falando.

É complicado fazer tudo com uma única mão, mas no fim consigo colocar tudo na mamadeira sem muitos problemas. Balanço bem e sento-me no sofá de dois lugares que há no quarto para alimentar a bebê enquanto observo-a sugar avidamente e vez ou outra desvio os olhos para olhar Olivia na cama. Se eu já não estivesse apaixonado por ela, ontem, quando ela me perguntou tão séria o que nós éramos eu teria me apaixonado, ou talvez no momento em que a vi nua na cama, envergonhada e linda, como um anjo a me esperar eu com certeza teria me apaixonado. Olivia tinha se infiltrado pelos meus poros e fazia parte de mim e eu já não podia negar isso, nem mesmo se quisesse.

Quando a bebê terminou eu coloquei a mamadeira sobre a mesa de centro e me dediquei a fazê-la arrotar. A verdade era que Molly era uma Price e isso significava que daqui a pouco ela já estaria exigindo um café da manhã outra vez. Troquei sua fralda e resolvi tirá-la do vestido cheio de babados que usava, encontrei um body azul claro em sua bolsa e a vesti com ele. Estava prestes a procurar uma saia ou short para a bebê quando ouvi batidas na porta. Fui até lá abri-la com Molly no colo.

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