Capítulo 16 - Um longo caminho regado a choro.

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Ethan


Quando Olivia veio com o papo de "Preciso de um sábado de folga" há muitas semanas atrás eu disse "Tudo bem". Mas quando o fim de semana que ela pediu finalmente chegou, entrei em pânico. Meu relacionamento com Seth tinha melhorado consideravelmente, eu também passava mais tempo em casa e todos concordávamos que isso era o melhor, só que mesmo assim eu não estava preparado para ficar sozinho com eles, felizmente mamãe e Brianna me ajudariam.

Só que a coisa toda não se desenrolou exatamente assim, na verdade, foi bem o contrário. E meu sábado que já estava ruim, ficou ainda pior.

Acordei com Molly chorando meio sem saber o que estava acontecendo, a bebêzinha exigia tudo na base do choro e eu não tinha ideia do que ela queria. Fiz o que qualquer adulto, pai e responsável faria, peguei-a e liguei para a minha mãe. Dona Susan me cumprimentou, se desculpou e nessa hora eu sabia que algo estava indo muito mal. Ela disse que uma amiga acabou internada por causa de uma gripe e ela precisava ir ajudá-la, assim do nada, sem nem mesmo me preparar psicologicamente antes, ela disse que não poderia vir mais e que na verdade, naquela hora (por volta das 07h00m da manhã) ela já estava a caminho de ajudar a amiga.

Eu reclamei, choraminguei e cheguei até a implorar, mas ela disse que eu era pai e que daria conta, mas que não podia me ajudar dessa vez, que sentia muito por isso e simplesmente desligou na minha cara. Eu teria ficado encarando a parede em choque se Molly não continuasse exigindo atenção aos berros, lembrei ao menos de trocá-la e ir preparar sua mamadeira antes dos outros dois acordarem e começarem a fazer suas exigências também.

Estava tudo bem, Brianna também viria me ajudar, ela era boa com as crianças, daríamos conta era só um dia e meio a afinal. Mas quando liguei para minha irmã mais nova irritante ela simplesmente não me atendeu, foram preciso mais de quinze mensagens e cinco ligações para ela finalmente me atender, nisso Charlotte desceu as escadas descabelada seguida por Seth que não estava muito melhor, eles me questionaram sobre o café e felizmente Ruth tinha cuidado disso, mas era só o que ela fazia também. Nenhum sorriso ou um "Posso ajudar com as crianças, Sr. Price?". Lottie e Seth foram comer enquanto eu falava com Brianna.

O que eu achei que seria um dialogo simples com ela dizendo que estava a caminho e que eu não me preocupasse se tornou uma série de pedidos de desculpas por parte dela seguidos de uma explicação em duas palavras: horas complementares. Brianna fez parecer o fim do mundo, mas me garantiu que precisava delas e por isso tinha se inscrito num curso de dois dias na faculdade, ia ser num fim de semana, ela só tinha esquecido de dizer que era no mesmo no qual eu precisaria dela. E depois disso ela simplesmente me desejou boa sorte, mandou um beijo para as crianças e desligou.

Acho que eu só não tive um ataque do coração bem ali na cozinha de casa por que eu sabia que assustaria as crianças. Estava surpreso, surpreso não, em pânico. As três mulheres loucas da minha vida tinham me largado com as crianças por um fim de semana inteiro e achavam isso normal? Tudo bem que eu era o pai delas, mas ainda assim, como eu ia dar conta dos três, sozinho? Elas conseguiam, mas eu não era nenhuma delas. Mal conseguia cuidar de um deles por vez.

Mas ok, eu era pai e não era a primeira nem seria a última vez que eu teria que cuidar dos meus filhos, eu podia fazer isso, claro que eu podia.

- Papai você já vai me ajudar a tomar banho? E meu cabelo, quem vai arrumar? Qual vai ser nosso almoço hoje? – Charlotte despejou todas as perguntas de uma única vez. Molly que já estava impaciente em meu colo voltou a chorar e depois de checar sua fralda e ter certeza que estava tudo bem eu não tinha mais ideia do que fazer.

- Pai, a Molly chorando – Seth apontou o obvio me encarando, Charlotte fazia o mesmo à espera das respostas as suas milhões de perguntas. E eu não sabia mais o que fazer e olha que nem eram 10h00m da manhã ainda.

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