Capítulo 42 - Princesas, contos de fadas e balcões.

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Coloquei outra colherada de chocolate na boca e suspirei satisfeita. Eu provavelmente não deveria estar fazendo isso, o chocolate era para a festa de um ano de Molly que por acaso era hoje. Eu havia completado três meses de gravidez há alguns dias e hoje simplesmente acordei desejando o chocolate que eu sabia estar guardado na geladeira para a festa.

Sai da cama sem Ethan me notar, conferi cada uma das crianças e desci até a cozinha salivando atrás do doce, coloquei mais uma colherada na boca e sorri. Depois do meu acidente, e do pedido de Ethan, nossa vida finalmente havia voltado à calmaria. Brianna não foi presa, mas por pouco ela não consegue uma ficha criminal, afinal, ameaçar as pessoas, mesmo Evelyn, na frente da polícia não era boa ideia. Já a ex-mulher do meu noivo, além da ordem de restrição, foi indiciada, e como acordo para que ela não cumprisse a pena na cadeia ela abriu mão dos direitos de mãe de Molly e Charlotte, então ela ficaria em liberdade condicional, mas muito longe de nós, o que pra mim era melhor impossível.

Com aquela mulher longe, a gravidez, o casamento e o aniversário de Molly, eu tinha muita coisa boa com o que me preocupar, para ficar me lembrando dela. Ethan assim como Charlotte se apaixonou pelos bebês e a ideia da gravidez no instante em que contei, mas para Seth eu sabia que seria mais difícil, meu garotinho já tinha passado por tanta coisa que eu nem me surpreendi com sua reação, mas depois que conversamos, e ele entendeu que nada mudaria, Seth tem sido realmente meu fiel escudeiro, me ajuda com o que quer que seja, um copo de água, limpar o balcão da cozinha, cuidar das irmãs, e é claro, perguntar constantemente se eu e seus irmãos estamos bem.

Tia Sarah foi outra que ficou tão feliz que foi difícil não se contagiar com sua alegria, não sei o que ela gostou mais, a notícia do casamento, a dos bebês ou ouvir as crianças me chamando de mãe. Ethan fez questão de irmos a casa dela para contarmos pessoalmente a ela e aos meninos. Então nós fomos, uma semana depois do acidente de carro e do pedido de casamento. Era para contarmos também ao meu pai. Eu não queria, nem ir e nem contar, não a ele e Erika, não queria nem mesmo vê-los, mas Ethan disse que era meu pai e eu precisava, tinha que olhar nos olhos da minha madrasta e dizer a ela que não me afetava. E foi só por isso que disse sim, mesmo que não quisesse. Eu precisava contar ao meu pai e por um fim definitivo em Erika. Do mesmo jeito que a ex-mulher de Ethan era passado, minha madrasta tinha que ser também, era o único jeito e continuarmos seguindo em frente de verdade.

Quando estacionamos em frente à casa do meu pai eu travei, não queria descer, nem entrar, eu tinha começado a odiar esse lugar no momento em que Erika chegou e eu percebi que não havia mais lugar pra mim. Quando mamãe estava viva nossa casa era como a minha casa agora, com riso e alegria, quando ela se foi, eu e meu pai ficamos tristes, mas ainda tínhamos um ao outro, aprendemos a cozinhar, limpar, nos virar sozinhos e era divertido a sua maneira. Mas quando Erika apareceu isso acabou, ela começou a me culpar por tudo e qualquer coisa, a arrumar confusão e no fim sair de vitima e no fim papai se deixou ser levado por ela. Por que eu acredito que alguém só é capaz de mudar outra pessoa se essa pessoa se deixar ser mudada, papai deixou que Erika fizesse isso e agora nem éramos mais família.

- Mamãe agora que você é nossa mãe e vai casar com o papai o seu pai é nosso avô quem nem a vovó Susan é nossa avó? – Charlotte perguntou me tirando do meu torpor de pânico, todos eles já tinham descido, Ethan com Molly no colo havia até aberto a porta pra mim.

Sai do carro e peguei a mão de Charlotte.

- Eu não sei, meu amor – respondi suspirando enquanto seguíamos em direção à porta. – Por que não pergunta a ele? Se ele falar alguma coisa – murmurei batendo à porta e felizmente só Ethan me ouviu.

- Olivia? – meu pai perguntou surpreso depois de abrir a porta e nos ver ali. – Quando você disse que vinham achei que demoraria um pouco mais. Erika talvez não goste da visita inesperada – comentou e eu quis muito mesmo só dar meia volta, sai dali e ir para a casa de tia Sarah.

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