Capítulo 8 - Vamos ao parque?

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Eu estava morrendo de tédio assim como as crianças comigo. Charlotte espalhada no sofá até parecia interessada no filme da Barbie que passava na televisão, mas Seth estava claramente sem real interesse em ler a revistinha em suas mãos. O garoto já tinha sentado no sofá, na poltrona, agora estava no tapete e continuava com a mesma revistinha nas mãos, várias posições, mas nenhum progresso na leitura.

Eram 15h00m da tarde de uma terça feira e nenhum de nós tinha nada para fazer, Molly dormia em seu cercadinho e nem fazê-la rir para me distrair eu podia. Repassei o cronograma das crianças mais uma vez na cabeça e hoje o dia era livre, mas me lembrei também que eu tinha permissão para sair com eles, levantei do sofá de repente e atrai olhares, até Seth desviou os olhos do que lia para me encarar sem entender.

- Vamos sair, o que acham? – convidei e no instante seguinte Lottie estava de pé.

- Vamos!

Seth me olhou desconfiado, mas dava para ver que tinha gostado da ideia.

- Pra onde?

- Eu sei que tem um parque aqui perto, a gente passa por ele todo dia indo para a escola. Podemos conhecer. Ou vocês já conhecem?

- A tia Bri já levou a gente lá. Mas faz tempo – Charlotte diz ainda sorrindo. – Você vai levar a gente também, Livy?

- Vou. Vocês querem ir? Eu não conheço o parque. Que tal me mostrarem?

- Sim! Vamos mostrar pra ela, Seth! Por favor, vamos! – ela foi até o irmão e mesmo que ele não tivesse gostado da ideia, tenho certeza que cederia só para vê-la feliz.

- Vamos, vamos sim. Agora? – Seth olhou pra mim e fiz que sim.

- Sim. Mas vou precisar que me ajude. Pode olhar Molly? Ela está dormindo e tenho que pegar seu carrinho de bebê e algumas coisas para podermos passar algumas horas fora. Lottie tem que colocar um short para poder brincar mais à vontade – digo olhando para a saia da garotinha que já está toda torta e para seu cabelo solto e bagunçado, como serei eu mesma a lavá-lo, melhor prendê-lo. – Pode me ajudar, Seth? Vigiar sua irmã alguns minutos?

- Não demora – ele resmunga voltando a sua revista e sorrio, ele assim como o pai parece não conseguir ser verdadeiramente honesto nem com suas palavras muito menos com o que sente. Às vezes quero apenas abraçar Seth, às vezes quero sacudi-lo pelos ombros, talvez eu também não seja assim tão honesta com o que sinto.

Suspiro pegando Charlotte pela mão e nós subimos escada acima, convencê-la a se trocar e amarrar o cabelo é simples e fácil por que a pequena está quase quicando no lugar de animação para sair e me sinto mal de não ter pensando em nada assim antes, dar uma volta, pegar um ar, ver gente. Ah é, não fiz nada disso por que estava tentando sobrevive a Seth primeiro.

- Agora meu cabelo igual o seu, Livy – Charlotte balança o rabo de cavalo e a aperto em um abraço. Eu amava meu cabelo grande, mas às vezes ele incomodava demais então e mais vivia com ele amarrado que solto. Soltei Lottie que estava lutando para sair dos meus braços e pedi que a pequena fosse comigo até o quarto de Molly e me ajudasse com a bolsa da irmã.

Ela como a pequena princesa que é adorou a ideia. Nós só íamos ao parque a poucos minutos de casa, mas com a experiência de ficar meia hora dentro de um carro esperando Seth e Lottie com Molly eu sabia que mesmo num curto espaço de tempo muita coisa podia acontecer, principalmente com um bebê. Então era melhor levar ao menos uma mamadeira, um brinquedo e uma fralda de pano para limpar eventuais desastres. Peguei uma bolsa de bebê pequena na cômoda, havia outra maior, mas no momento não precisava de muito espaço, juntei o que achei que poderia precisar e desci com Charlotte e a bolsa, deixei ambas no sofá depois de verificar Seth e Molly que continuavam no mesmo lugar e subi outra vez para buscar o carrinho da bebê guardado no enorme armário no corredor. Descer com ele foi mais complicado, mas consegui.

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