Capítulo 25 - Uma conversa dolorosa.

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Quando estacionamos em frente a nossa casa ainda estamos em completo silêncio. Ninguém disse mais nada, e se eles acham que dessa vez não vou perguntar, estão muito enganados. Descemos do carro e eu trago comigo uma Molly que dormiu no meio da viajem.

Nós entramos e eles ainda estão em silêncio.

- Certo, se vocês não vão falar, eu vou. Por que quero saber exatamente o que está acontecendo aqui. E por que você fez tudo aquilo, Seth e por que disse aquilo no carro. E Ethan, dessa vez não aceito meias respostas, não quando Seth está envolvido, não quando meu garotinho está se machucando. Só vou colocar Molly na cama dela, não ousem sair daqui - é um aviso, quase uma ameaça e não me importo, só dou meia volta e sigo para o andar de cima sem esperar uma resposta.

Subo, vou até o quarto da bebê e a ajeito no berço, ligo a babá eletrônica e a levo comigo, normalmente eu ficaria com vergonha do jeito que falei com Ethan, mas não hoje, não quando sei que, o Seth disse e fez não é normal, não deveria acontecer e quero muito saber o motivo disso tudo.

Quando desço outra vez os dois estão sentados no sofá, em meio a uma conversa.

- Eles tavam falando da Livy, pai! Primeiro disseram que eu não tinha mãe depois foram falar da minha... Da Livy! - Seth se interrompe parecendo realmente com raiva, amo isso, amo sua preocupação, mas não entendo a raiva e nem o motivo de suas palavras, sobre eu ser tão importante.

- Eu sei que você se importa com ela, e ela com você, Seth, mas não é assim que resolvemos as coisas. Não é batendo, brigando, eu sei que a Olivia é muito importante pra você, mas você não pode resolver tudo o que não gostar por meio da violência e sei que ela concorda comigo.

- Com certeza - digo me fazendo ser notada e eles me olham ao mesmo tempo, tão parecidos que chega a ser engraçado. Vou até eles e sento-me de frente para os dois. - Eu agradeço por você ter me defendido, Seth, mas seu pai tem razão e não é assim que funciona, não é assim que temos que fazer a coisas. Mesmo que você não goste deles, ou do que falaram, você conversa, tenta resolver, chama um adulto, se fasta dessas más companhias, mas não parte para a briga, isso nunca, por que não vai resolver nada.

- Você é boa nisso - Ethan sorri nos olhando. - Bem melhor que eu. Mas é isso Seth, é como Olivia falou. Primeiro conversamos, sempre, Ok? Pode falar comigo.

- Agora o senhor aqui pra conversar comigo né? Não vai mais embora? - Seth pergunta e vejo Ethan se mexer desconfortável.

- Não. Não vou a lugar nenhum. Nunca mais.

- Eu prefiro assim, antes éramos só eu a Lottie, agora tem a Molly, a Olivia e você - Seth sorri em sua inocência e Ethan o puxa para um abraço, apertando o filho até ele reclamar que está sendo esmagado. A cena toda me faz sorrir. Mas me atenho a uma coisa.

- Seth, como assim antes eram só você e a Charlotte?

- Antes o papai não ficava em casa, você não tava aqui e a Molly ainda não existia, a Evelyn só trouxe ela depois, mas ela não ficou, ainda bem que ela não ficou, eu não gosto dela. Eu achei que não fosse gostar da Charlotte, nem da Molly por que ele elas são filhas dela, mas elas também são filhas do papai e minhas irmãs, foi o que a vovó disse, e já que é assim eu amo muito elas.

As palavras de Seth vão se misturando num emaranhado de pensamentos que vão passando todos de uma vez pela minha cabeça. Ethan tem uma expressão no rosto que acaba comigo, como se ouvir esse relato de Seth o machucasse, e acho que machuca, por que ele sabe exatamente do que o filho está falando.

- Seth, quem é essa Evelyn? - pergunto e vejo Ethan negar com a cabeça.

- Vamos, já deu por hoje.

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