Capítulo 3

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POV: Amy Cooper

- Querida, você já vai para o colégio? (Charlie)

- Sim pai!

- Venha comer algo primeiro.

Eu deixei minha mochila no sofá e segui para a cozinha, vi meu pai na beira do fogão fazendo panquecas, o cheiro estava ótimo.
Me sentei na cadeira mais próxima e vi meu pai virar com um prato nas mãos, ele já estava com sua farda da polícia, bem passada e alinhada ao seu corpo.

- Dormiu bem? (Charlie)

- Sim. A cama era bem macia.

Comecei a comer tranquilamente enquanto meu pai se sentou a minha frente e começou a tomar seu café preto.

- Olha... Eu falei com o filho de uma amiga minha, o nome dele é Max Taylor. Ele vai mostrar o colégio para você.  (Charlie)

- Não precisava pai.

- Você vai gostar dele. É um bom rapaz! (Charlie)

Revirei os olhos para o meu pai, ele estava tentando me arranjar um namorado ou foi só impressão minha?

- Calma! Não pense que estou tentando empurrar você para ele. Na verdade não estou. É que gosto dele. (Charlie)

- Aqui tem alguma academia pai?

- Não filha, porque?

- Por que em Miami eu treinava!

- Treinava o que?

Ele se mantinha de cabeça baixa o tempo todo, enquanto comia suas panquecas.

- Treinava karatê e judô. Estava treinando para entrar para a polícia quando tivesse idade.
Nesse momento ele tirou os olhos da comida e me fitou.

- Desde de quando você treina essas coisas?

Ele estava bem sério, será que ela não gostou de saber que eu treinava essas artes marciais?

- Minha mãe me colocou numa academia quando eu tinha quatro anos, comecei o karatê, o judô só comecei aos onze.

Ele me olhava meio surpreendido, limpou o canto da boca com um guardanapo.

- Talvez eu devesse conhecer melhor seus talentos minha filha. Estou surpreendido por você saber se defender e por querer entrar para polícia também.

Eu sorri com suas palavras, ele parecia orgulhoso de mim.

- Eu tenho que lhe falar uma coisa.

- Pode dizer!

- Lembra que o senhor me disse sobre a nossa família ter descendência de... Lobos!

Ele me olhou sério e puxou o ar com vontade, olhou pela janela da cozinha e demorou a falar, mais do que o normal.

- Eu lembro sim. Eu disse para você quando ainda tinha doze anos. Por que está me perguntado agora?
- Ontem a noite...

O telefone dele tocou me interrompendo e ele olhou para o visor.

- É da delegacia. Eu preciso atender! Mas acho que sei o que você ia me falar, assim que você terminar as aulas venha direto para casa que nós podemos almoçar e conversamos melhor. Tudo bem para você?
Eu sorri com o fato dele me manter tão calma e relaxada, me senti menos louca depois da maneira como ele falou.

- Tudo bem pai.

Ele sorriu e atendeu o celular que continuava a tocar, antes de passar por mim me deu um beijo em minha cabeça.
Eu terminei de comer e deixei o prato na pia, para seguir em direção a sala para pegar minha mochila, quando cheguei na porta meu pai havia desligado o celular.

- Tenho uma surpresa para você.

- Uma surpresa? O que?

Ele abriu a porta de casa e eu o segui, quando chegamos na garagem vi ele abri -lá e em seguida um carro.

- É usado! Mas vai da para você ir para o colégio e se quiser ir na cidade aqui próximo para ir no shopping você também pode. Sei que você já tirou sua carta de motorista, por isso fiz questão de comprar.

- Esse azul é lindo! Eu adorei pai. Obrigada. Que modelo é esse?

- Volkswagen golf R

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- Volkswagen golf R. Pegue.

Ele me estendeu a chave do carro e eu peguei da mão dele, antes de ir em direção ao carro dei um beijo em seu rosto, ele deu um sorriso largo.

- Melhor você ir, não vai querer chegar tarde no primeiro dia.
- Até a hora do almoço. Eu ligo para você, talvez possamos almoçar lá perto da delegacia.

- Está bem!

...

Estacionei o carro em uma das vagas no estacionamento do colégio.

Peguei minha mochila e abri a porta, assim que travei o carro vi vários alunos andando de uma lado para o outro, carros chegavam a todo instante, antes de dar o primeiro passo em direção ao grande prédio a minha frente senti o vento frio bater com força contra meus cabelos, um cheiro conhecido... O mesmo cheiro da noite anterior.

Olhei ao redor e vi um carro conversível na cor Prata, BMW, um rapaz alto e branco de cabelo espetado desceu, no motorista, uma mulher de cabelos loiros e óculos rayban desceu,
Ela se aproximou do rapaz e eles se abraçaram, o cheiro veio mais forte.

- Esse cheiro... O lobo ontem a noite. Será que era aquele rapaz?
A mulher me chamou a atenção, ela era bonita, estava usando uma calça jeans Preta, uma camisa branca com uma jaqueta preta bem badboy.
O rapaz se despediu e começou a caminhar em direção ao estacionamento, a mulher ficou parada com suas mãos no bolso da calça.
O cheiro permanecia forte, mas não era o rapaz porque ele vinha na minha direção e o cheiro ainda se mantinha distante, fiquei focada na mulher, ela tinha um ar misterioso que me atraiu de imediato, ainda não tinha certeza se o cheiro que me atraiu, perto do lago na noite anterior, era dela.
De repente alguém para bem na frente da minha linha de visão atrapalhando meu foco na mulher, quando percebi era o mesmo rapaz que saiu do carro conversível.

- Olá.

- Oi.

Ele estendeu a mão e eu apertei o cumprimentando.

- Eu sou Max Taylor. Você deve ser a filha do Charlie?!

- Sim! Amy Cooper, é um prazer. Ele me falou de você!

- legal. Minha mãe é muito amiga de seu pai.

- Sua mãe era aquele que te deixou aqui?

- Sim!

Definitivamente ele não era o dono daquele perfume que estava procurando, o que eu senti daquele lobo, será que era a mãe dele?

- Então... Vamos entrar?

- Sim. Claro.

Seguimos em direção ao grande prédio a nossa frente, mas no meio do caminho olhei para trás e vi a mãe do garoto entrar em seu carro e sair em disparada.

Só a lembrança do cheiro e daquele lobo preto de olhos vermelhos me deu um arrepio na nuca.

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