Depois de Você

Capítulo 10

Cercos geralmente eram maçantes... Ou era o que diziam. Anahí, particularmente, gostava deles. Principalmente quando tinham fugitivos em fuga. Esse não era dela, mas estava ociosa... Não era bom quando ela ficava ociosa.

Começou como uma tarde normal. Estavam na central, haviam televisões ligadas acompanhando, e superiores dando sinais pelo rádio. A casa estava cercada, porém havia um refém lá dentro. Até aí, nada interessante. Helicópteros, ameaças, avisos, etc, etc. As pessoas iam e vinham, pouco dando atenção, até que no inicio da tarde o procurado, acusado de três assassinatos em série, pediu um carro e escolta pra sair, ou matava a refém (uma dona de casa, 50 anos, que dera azar de estar em casa quando ele invadiu). Ian o rastreou até ali, e estava lá, mas quando o carro foi dado as pessoas passaram a prestar atenção. Nada como uma perseguição pra matar o tedio numa quarta-feira a tarde.

Anahí assistia amparada ao ombro de Joseph, que tinha os braços cruzados, os olhos divertidos, vendo o avanço. O fugitivo era bom de volante. De repente parecia que todos ali estavam simplesmente assistindo a evolução. Haviam ordens da policia pra que as pistas fossem evacuadas, e ela roía o canto da unha.

Anahí: Se ele pegar a interestadual, já era. – Comentou, os olhos atenciosos, e Joseph assentiu.

Joseph: Pra variar, a CIA está nos atrasando. Olhe essa merda. – Dispensou, apontando o cerco. As duas forças não trabalhavam em sincronia, o que os retardava. Anahí apanhou o celular no bolso, discando o numero.

Anahí: Toda santa vez. – Concordou, com um suspiro, enquanto chamava. Atendeu com um xingo de Ian, no viva voz.

Rebekah: Pronto. – Disse, a voz irritada.

Anahí: Quanto tempo em média vocês tem até ele cair na interestadual e sermos piada no jornal amanhã? – Perguntou, olhando a televisão. A buzina do carro soou demoradamente, seguida de um xingo alto de Ian, que estava ao volante.

Rebekah: Eu não sei, meia hora? – Disse, desgostosa.

Anahí: Ok. – E desligou. Ela se inclinou na direção de Joseph, beijando o ouvido dele – Ei, olhos verdes. – Ele a olhou – Quer dar uma volta? – Chamou, erguendo a sobrancelha.

Joseph: Não estamos escalados nessa operação. – Lembrou, afetado.

Anahí: Bom, eu vou estar em cerca de 15 minutos. – Disse, piscando pra ele, enquanto se afastava – Pensei que você pudesse gostar.

Joseph: Eu odeio você dirigindo. – Ela riu de leve, saindo de perto, rumo a porta que dava pra garagem – Anahí! – Rosnou, indo atrás dela.

A verdade é que Anahí diria como uma maníaca quando queria. E ela queria na maior parte do tempo. Quando tinha jurisdição pra isso então...

Joseph bem tentou, mas ela simplesmente desatou correndo pela garagem, rindo como uma menina, como se estivesse brincando, e não sobre saltos agulha, bipando a viatura, e quando ele a alcançou ela já tinha deslizado no banco do motorista. A única coisa que ele pôde fazer foi puxar o cinto de segurança dela, desgostoso, e pedir a Deus que tivesse piedade enquanto ela dava partida no carro, com um sorriso feliz, assassino no rosto.