Capítulo 37

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O carro dela ficou na garagem do hotel. Alfonso dirigiu pra Venice, e ela pensou em argumentar, mas ele só disse "me espera aqui". Desceu, entrando na mansão e demorou uns 5 minutos antes de voltar, entrando no carro sem maiores explicações. Madison e Christopher haviam ido passar o feriado fora, mas ainda assim ele não tocou no assunto. Só arrancou com o carro, sem mais delongas.


Pegaram a interestadual em seguida. Ela pareceu se acalmar. Ele bem tentou perguntar o que havia ocorrido, perguntar se ela estava bem. Só conseguiu uma resposta quando perguntou: "Você está ferida?", e ela negou com o rosto. Só falou quando pediu pra ele desligar o GPS. Não queria saber pra onde estava indo.


Alfonso dirigiu por horas. Ela chegara até ele de manhã, mas quando pararam pra almoçar meio-dia em um restaurante em um posto de gasolina, ele não parecia perto de chegar. Não quis comer, mas foi a vez dele de bater pé.


Alfonso: Se você não quer me dizer o que houve, respeito seu espaço. Mas seja lá o que for, não vou ser a pessoa a acobertar uma greve de fome. – Avisou, e ela respirou fundo. Não tomara o café da manhã pra fazer os testes em jejum. Estava literalmente com zerada.


Anahí: Ok. – Aceitou, olhando o prato a frente e pegando os talheres – Porque fomos em Venice? – Perguntou, quieta, cortando um pedaço de carne.


Alfonso: Precisava das chaves. Não estamos indo pra um hotel. – Ela assentiu. Não queria saber mais.


Terminaram de almoçar, ele encheu o tanque do Audi e saíram de novo. Horas de estrada. Ela adormeceu por um trecho do período, mediante a nada pra se ver e o silencio que ela impusera e ele respeitara, e ele a observou, preocupado. Ajustou a temperatura do carro, o pé forçando o acelerador sutilmente. Tanto antes chegassem, talvez ela se sentisse melhor pra falar.


Alfonso dirigiu por horas. Anahí dormiu e acordou algumas vezes nesse período, o sono leve inquieto. O olhava e ele assentia pra ela, focado no transito. Sempre em rodovias, só parando pra abastecer. Ele a forçava a beber agua durante o dia. No final da tarde, por fim, saíram da rodovia e entraram em uma cidade. Um quebra-molas a acordou, e ela olhou em volta, vendo a aparência... Pacata do lugar. Ele dirigia centrado, apesar do GPS desligado. Era uma cidade de interior, do tipo que tem casas pequenas, e gramados, e arvores e crianças andando de bicicleta pelas ruas porque não tem risco de um carro em alta velocidade vir e atropelá-las, como em Las Vegas. O transito era bem tranquilo. Sem glamour, sem pontos turísticos. Muito diferente dos lugares em que ele já a levara. Ele continuou dirigindo, se afastando do centro da cidade, e por fim estacionou o carro, assentindo pra ela. Ela tirou o cinto de segurança, olhando a casa a sua frente.


Deviam estar nos limites da cidade, porque haviam muitas arvores, arvores altas logo perto, há alguns metros. A casa era de apenas um andar, porém muito bem feita, de aparência rustica, as paredes de madeira bem cuidada. Estava toda fechada. Parecia uma casa daquelas que se desenha quando criança, com gramados e arvores em volta. Só que era de verdade. Alfonso ficou amparado no carro, deixando ela absorver a imagem.


Alfonso: Podemos voltar, se quiser. – Ofertou.


Anahí: Onde nós estamos? – Perguntou, por fim. Agora que haviam chegado, podia saber.


Alfonso: Texas. – Anahí piscou, surpresa – Eu vou ser bem sincero, não tem nada pra se fazer aqui. Sem praias, ou lugares a visitar. É interior. Mas é bem calmo. – Reconheceu.

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